Nossos mares enfrentam uma degradação sem precedentes. A economia oceânica cresceu 250% desde 1995, mas esse progresso é insustentável, corroído pela sobrepesca, pesca predatória, poluição plástica, aquecimento global e acidificação. Os oceanos, que regulam o clima e abrigam 80% da biodiversidade, estão sendo explorados até o limite, com apenas 8,36% de áreas marinhas protegidas.
A poluição por plásticos é uma das maiores ameaças. O Brasil despeja 1,3 milhão de toneladas de plástico no oceano anualmente, tornando-se o 8º maior poluidor global. Enquanto isso, a mineração em alto-mar e a exploração de petróleo, como no Bloco 59 da Foz do Amazonas, ameaçam ecossistemas frágeis e comunidades tradicionais. O Tratado Global dos Oceanos, que visa proteger 30% dos mares até 2030, ainda não foi ratificado por suficientes países, deixando águas internacionais vulneráveis.
As mudanças climáticas agravam o cenário. O aquecimento dos oceanos já é irreversível em escalas centenárias, com corais enfrentando branqueamento em massa e espécies marinhas à beira da extinção. A acidificação compromete a vida marinha, enquanto a subida do nível do mar ameaça cidades costeiras.
Apesar disso, menos de 1% da ajuda global é destinada à conservação oceânica. A Conferência da ONU sobre os Oceanos (UNOC3), em Nice (9-13/06), é uma chance para ações concretas, como reduzir subsídios à pesca predatória e acelerar a economia azul sustentável.
O futuro dos oceanos depende de escolhas urgentes: ou priorizamos a preservação agora, ou enfrentaremos um colapso irreversível. A hora de agir é hoje.