O Brasil tem uma história marcada pela negligência em relação à educação como estratégia de desenvolvimento. Desde a colonização, o modelo econômico e político privilegiou elites e excluiu a maioria da população do acesso à instrução.
Essa lógica perversa não é fruto do acaso, mas de um establishment que sempre compreendeu que um povo bem-educado é mais crítico, consciente de seus direitos e capaz de questionar as estruturas de poder. Manter a população em um estado de precariedade educacional serviu – e, em muitos casos, ainda serve – como ferramenta de controle social.
O descaso com a educação no Brasil se reflete em políticas públicas descontinuadas, investimentos insuficientes e um foco desproporcional em medidas paliativas. Historicamente, os governos priorizaram setores que garantiam retornos imediatos ao poder econômico, negligenciando o papel transformador da educação.
A lógica de curto prazo predominou, reforçando desigualdades estruturais que dificultam a mobilidade social e perpetuam a concentração de riqueza e poder.
Além disso, o sucateamento da educação pública e a falta de valorização dos professores apontam para uma visão míope: enquanto países desenvolvidos entenderam a educação como base para a inovação e o crescimento sustentável, o Brasil manteve políticas que restringem o acesso a um ensino de qualidade às elites. Assim, a formação de cidadãos críticos e autônomos foi comprometida, reforçando uma dependência de assistencialismos.
Para romper esse ciclo, é preciso um compromisso político que entenda a educação não como gasto, mas como investimento estratégico. É urgente garantir recursos, capacitação docente e uma gestão que priorize a equidade. Só assim será possível mudar a lógica do atraso e construir um Brasil onde o desenvolvimento seja acessível a todos.
