É um preocupante dado que reflete o impacto avassalador das condições sociais, econômicas e políticas sobre a saúde mental da população. Em um cenário marcado por desigualdades, violência, instabilidade, polarização, o estresse emerge não apenas como uma resposta fisiológica ao ambiente, mas como um sintoma coletivo de uma sociedade em constante estado de alerta. A exposição contínua ao estresse crônico compromete o bem-estar emocional e físico, contribuindo para o aumento de doenças mentais, como ansiedade, depressão e síndromes relacionadas ao burnout.
Ao mesmo tempo, o avanço do totalitarismo no mundo impõe uma pressão psicológica adicional, dificultando perspectivas otimistas. Regimes autoritários frequentemente deslegitimam a liberdade de expressão e a autonomia, pilares fundamentais para a saúde mental. O cerceamento de direitos e o aumento da polarização política geram sentimentos de impotência, desamparo e medo, agravando o panorama psíquico. Essa situação afeta não apenas os indivíduos, mas também as relações comunitárias e institucionais, reduzindo a coesão social necessária para enfrentar os desafios contemporâneos.
O futuro aponta para tempos sombrios, mas também convoca à reflexão sobre estratégias de enfrentamento. A promoção de políticas públicas voltadas à saúde mental é imprescindível. Isso inclui ampliar o acesso a terapias psicológicas, fortalecer a rede de suporte social e implementar ações educativas que promovam o autocuidado e a resiliência emocional. Além disso, a valorização da democracia e o combate à desinformação são essenciais para reduzir a alienação e recuperar o senso de pertencimento.
Embora as perspectivas sejam desafiadoras, cabe à sociedade, em suas múltiplas esferas, atuar como agente transformador, priorizando a saúde mental como um direito fundamental para resistir e prosperar em um mundo cada vez mais incerto.