A hipótese de que a inteligência humana está em declínio tem ganhado atenção na comunidade científica, embora seja um tema complexo e multifatorial. Estudos, como os do pesquisador norueguês Bernt Bratsberg, sugerem que o efeito Flynn (aumento secular de QI observado no século XX) pode estar se invertendo em algumas regiões. Entre as possíveis causas estão fatores ambientais, como mudanças na educação, excesso de estímulos digitais, e exposição a poluentes neurotóxicos.
Uma das explicações é a redução da qualidade educacional em certos países, como o Brasil, com métodos de ensino pouco inovadores e menos exigentes em raciocínio lógico e leitura profunda. Além disso, o uso excessivo de tecnologias digitais pode estar prejudicando a capacidade de concentração e o pensamento crítico, como apontam estudos sobre o impacto das redes sociais no cérebro. Outro fator preocupante é a exposição a disruptores endócrinos, como pesticidas e metais pesados, que afetam o desenvolvimento cognitivo, principalmente em crianças.
No entanto, é importante ressaltar que a medição da inteligência por testes de QI tem limitações, pois não captura todas as dimensões da cognição humana. Além disso, enquanto algumas habilidades (como memória de trabalho) podem estar declinando, outras (como inteligência emocional e adaptabilidade) podem estar se desenvolvendo. Portanto, embora haja indícios de mudanças nas capacidades cognitivas, é prematuro afirmar que a inteligência humana está em queda irreversível. Mais pesquisas são necessárias para entender esse fenômeno em sua totalidade.