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Você sabia? A coexistência de racismo e religiosidade em uma mesma pessoa é…

Foto: OCP News

Por: OCP News Jaraguá do Sul

15/03/2025 - 06:03

Isso soa paradoxal, uma vez que a maioria das religiões prega valores como amor ao próximo, compaixão e igualdade. No entanto, esse fenômeno pode ser explicado por uma série de fatores históricos, culturais, psicológicos e sociais.

Em primeiro lugar, é importante reconhecer que as religiões, embora fundamentadas em princípios éticos, são interpretadas e praticadas por seres humanos, que estão sujeitos a vieses e influências externas. Ao longo da história, muitas instituições religiosas foram cúmplices ou até mesmo promotoras de práticas discriminatórias, como a escravidão e o colonialismo, justificando-as por meio de interpretações distorcidas de textos sagrados. Essas interpretações foram internalizadas por gerações e, em alguns casos, ainda persistem.

Além disso, o racismo muitas vezes está enraizado em estruturas sociais e culturais que transcendem a religiosidade. Uma pessoa pode crescer em um ambiente onde o preconceito racial é normalizado, e sua fé pode ser usada de forma seletiva para validar suas crenças preconceituosas, em vez de questioná-las. Esse processo é conhecido como “viés de confirmação”, onde indivíduos existencialmente mal formados buscam justificativas que confirmem suas visões de mundo, mesmo que contradigam os princípios éticos de sua religião.

Outro aspecto relevante é a psicologia humana. O racismo frequentemente surge de uma necessidade de se sentir superior ou de pertencer a um grupo. A religião, por sua vez, pode ser usada como uma ferramenta para reforçar essa identidade grupal, criando uma dicotomia entre “nós” (os fiéis) e “eles” (os outros). Quando essa divisão se alia a preconceitos raciais, o resultado pode ser uma justificativa religiosa para a discriminação.

Por fim, é crucial destacar que a religiosidade não é homogênea. Enquanto algumas pessoas usam sua fé para combater o racismo e promover a justiça social, outras a utilizam para perpetuar desigualdades. Esse paradoxo, portanto, não é inerente à religião em si, mas sim à forma como os indivíduos e as instituições a interpretam e aplicam. A crítica a esse comportamento deve focar na necessidade de uma reflexão profunda sobre os valores religiosos e sua coerência com a prática cotidiana, além de um compromisso com a desconstrução de preconceitos enraizados. Ler muito ajuda…

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Publicação da Rede OCP de Comunicação