Cólica, dor de cabeça, inchaço, irritabilidade, fadiga e até tristeza sem motivo aparente. Esses são apenas alguns dos sintomas que muitas mulheres enfrentam durante a Tensão Pré-Menstrual, mais conhecida como TPM. Mas afinal, por que o corpo reage dessa forma nos dias que antecedem a menstruação?
A resposta está, principalmente, nas alterações hormonais que ocorrem ao longo do ciclo menstrual. “Durante a fase lútea, que é o período entre a ovulação e a menstruação, há uma queda nos níveis de estrogênio e progesterona. Essa oscilação hormonal pode afetar o sistema nervoso central, provocando mudanças físicas e emocionais”, explica a ginecologista e obstetra Dra. Camila Magalhães, membro da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.
Além das oscilações hormonais, o acúmulo de líquidos no corpo pode causar sensação de inchaço e desconforto abdominal. Já as dores de cabeça estão, muitas vezes, relacionadas à diminuição do estrogênio, que influencia a dilatação dos vasos sanguíneos. “A sensibilidade à dor também pode aumentar durante essa fase, o que intensifica sintomas como cólicas e enxaquecas”, acrescenta a médica.
Do ponto de vista emocional, a TPM pode provocar alterações de humor, ansiedade e até quadros de depressão temporária. Isso ocorre porque os hormônios sexuais também influenciam neurotransmissores como a serotonina, responsável pela sensação de bem-estar. Quando esses níveis caem, é comum que a mulher se sinta mais irritada ou triste sem razão clara.
Estudos mostram que cerca de 75% das mulheres em idade fértil apresentam algum sintoma de TPM, que pode variar de leve a mais intenso. Em casos mais severos, o quadro pode evoluir para a TDPM (Transtorno Disfórico Pré-Menstrual), uma condição que exige acompanhamento médico.
Segundo a Dra. Camila, manter uma alimentação equilibrada, praticar atividades físicas regularmente e reduzir o consumo de cafeína e sal podem ajudar a aliviar os sintomas. Em alguns casos, o uso de medicamentos pode ser indicado.
“É importante que a mulher observe o próprio corpo e procure ajuda médica se os sintomas forem muito intensos ou interferirem na rotina. Existem tratamentos eficazes, e ninguém precisa sofrer em silêncio”, conclui a especialista.
*Com informações da revista Vida & Saúde