Uma devastadora tempestade mediterrânea, denominada Daniel, atingiu a Líbia no domingo (10), causando uma tragédia de grandes proporções. Até o momento, mais de 5,3 mil pessoas foram declaradas mortas, e cerca de 10 mil estão desaparecidas, de acordo com informações da agência de notícias do país.
A cidade de Derna, localizada na costa líbia e com uma população de 125 mil habitantes, foi uma das mais afetadas. O rio sazonal que corta a cidade foi palco da ruptura de duas barragens, liberando uma inundação avassaladora. As ruas foram engolidas pela água, casas foram inundadas, edifícios desabaram, carros foram virados e moradores foram arrastados pela força da enchente.
A situação é ainda mais complicada devido à divisão política do país desde 2011, quando ocorreu a revolta popular que resultou na queda do então líder Muammar Gaddafi. Desde então, a Líbia permanece politicamente dividida entre leste e oeste, dificultando a coordenação de serviços públicos e a coleta precisa de dados nas áreas afetadas.
Antes de atingir a Líbia, a tempestade Daniel causou estragos na Grécia, Turquia e Bulgária. Atualmente, a tempestade está sobre o Egito, onde autoridades permanecem em alerta, apesar da diminuição na intensidade das chuvas e ventos.
Diante da tragédia, a Líbia solicitou ajuda internacional para enfrentar a situação. Países como os Estados Unidos e a Turquia enviaram aviões com suprimentos para auxiliar no socorro às vítimas.
O país vive um regime parlamentarista com sede em Trípoli, capital da Líbia, liderado por Abdulhamid al-Dbeibah. A divisão política ocorreu em 2014, quando uma frente alinhada à Otan ganhou reconhecimento internacional, enquanto outra liderada por Osama Hamad controla o leste do país. Em 2021, al-Dbeibah foi escolhido como primeiro-ministro com o objetivo de organizar eleições em todo o país, mas desentendimentos entre grupos políticos impediram a realização do pleito até o momento.
