Streamings reajustam preços e se aproximam da TV paga

Foto: Pixabay

Por: Isabelle Stringari Ribeiro

28/06/2024 - 11:06

Nos últimos anos, o cenário do entretenimento no Brasil passou por mudanças profundas, impulsionadas principalmente pelo crescimento exponencial dos serviços de streaming. De acordo com dados recentes da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a quantidade de assinantes de TV paga no Brasil caiu de 19,6 milhões em 2014 para 9,5 milhões em maio de 2024, marcando uma redução significativa de 51%. Esse declínio é atribuído em grande parte à ascensão dos streamings.

A ascensão dos streamings

No ano passado, o IBGE relatou que aproximadamente 31,1 milhões de brasileiros utilizaram serviços de streaming pagos em 2022. Esta mudança é reflexo da preferência crescente por conteúdo sob demanda, permitindo aos consumidores assistir a filmes, séries e programas quando e onde desejarem. O brasileiro médio assina cerca de oito serviços de streaming, conforme revelado por um estudo da Comscore em parceria com a Siprocal.

Mudanças nos modelos de negócio

Os streamings adaptaram seus modelos desde 2022, incorporando espaços publicitários para oferecer planos mais acessíveis. Esta estratégia visa equilibrar o custo para os consumidores com a necessidade de financiar conteúdo de alta qualidade. No primeiro semestre deste ano, plataformas como Netflix, Prime Video, Disney+ e Max aumentaram suas assinaturas mensais, justificando o movimento como um investimento em produções mais robustas e diversificadas.

Comparando custos: Streamings vs. TV por assinatura

Um levantamento realizado pelo Canaltech comparou os custos dos planos básicos e premium de diversos streamings populares. Os planos básicos, que incluem anúncios, somam aproximadamente R$ 199,19 por mês, enquanto os melhores planos podem chegar a R$ 493,68 mensais. Em contraste, os pacotes de TV por assinatura oferecidos por operadoras como Vivo e Claro variam de R$ 109 a R$ 290 mensais. Apesar das semelhanças nos modelos de negócio, há diferenças significativas, como o conteúdo sob demanda e a personalização dos streamings baseada nos hábitos de consumo dos usuários.

Desafios e estratégias de diferenciação

Em um ambiente altamente competitivo, os streamings enfrentam o desafio de se diferenciar uns dos outros. O Prime Video, por exemplo, adotou a estratégia de ser um hub de conteúdo, agregando diversos serviços em uma única assinatura. Além disso, grandes empresas como Disney e Warner Bros. anunciaram planos de lançar pacotes combinados que incluem serviços de streaming e conteúdo de TV aberta e a cabo nos Estados Unidos, buscando capturar uma fatia maior do mercado.

O aumento dos preços das assinaturas de streaming ocorre em um contexto de fusões e aquisições, onde as plataformas buscam se tornar mais atraentes para os consumidores através da oferta de conteúdo diversificado e de qualidade. No entanto, especialistas, como o coordenador do curso de cinema da Faap, Humberto Neiva, questionam a justificativa desses aumentos, sugerindo que ainda há espaço para maior transparência sobre os retornos financeiros desses investimentos.

À medida que o mercado de streaming continua a evoluir, a competição pela atenção do consumidor se intensifica. Plataformas como Globoplay apostam em estratégias diversificadas para atender às demandas variadas dos consumidores brasileiros, incluindo investimentos em conteúdo nacional e personalização de experiências de visualização.

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Isabelle Stringari Ribeiro

Jornalista de entretenimento e cotidiano, formada pela Universidade Regional de Blumenau (FURB).