Você já ouviu falar na Síndrome de Pica?
Também chamado de Alotriofagia, a síndrome é um transtorno alimentar causado pela ingestão de substâncias não alimentares e não nutritivas – ou seja, aquilo que não é considerado alimento, segundo informações do Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM).
Embora o nome possa soar incomum, a síndrome é mais comum do que se imagina e pode afetar pessoas de todas as idades, desde crianças pequenas até adultos e gestantes.
Quem sofre com a Síndrome de Pica tem um desejo compulsivo e persistente de consumir substâncias que não são comestíveis, como giz, sabão, terra, papel, tecido, unhas, esponja, cinzas de cigarro, plástico, entre outros.
O nome “Pica” vem de um pássaro chamado P. pica (ou pica-pica), conhecido por comer uma variedade de coisas.
Causas da Síndrome de Pica
A síndrome pode ter diversas causas, que geralmente são associadas a deficiências nutricionais e condições psicológicas, como:
- Deficiência nutricional: a deficiência de ferro (anemia) e de eletrólitos, como cálcio e zinco, está frequentemente relacionada com a Síndrome de Pica. Estudos mostram que a deficiência de ferro pode causar desejos intensos por substâncias não alimentares.
- Alterações hormonais: durante a gravidez, por exemplo, a demanda aumentada por nutrientes pode desencadear comportamentos relacionados à síndrome.
- Fatores psicológicos: transtornos como depressão, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e esquizofrenia também podem estar associados à síndrome.
- Curiosidade e tédio: em alguns casos, o desejo por substâncias não alimentares pode estar relacionado à curiosidade ou ao tédio.
Sintomas
É importante lembrar que provar algo incomum ocasionalmente não configura a síndrome. Os sintomas característicos são:
- Desejo compulsivo por substâncias não comestíveis;
- Ingestão persistente desses itens por um período de pelo menos 30 dias;
- Possíveis efeitos adversos, como intoxicação (no caso de ingestão de tinta ou produtos químicos que possam conter substâncias tóxicas) ou obstrução intestinal.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito por meio de uma avaliação médica cuidadosa. A suspeita pode surgir em casos de intoxicação ou obstrução e, para confirmar, o profissional pode pedir alguns exames, como de sangue (para detectar deficiências nutricionais e intoxicações), de imagem (raios-X, tomografia computadorizada, ressonância magnética, e ultrassom podem ser usados para identificar obstruções ou outros problemas internos) ou de fezes e urina (para verificar a presença de parasitas ou outras condições).
Tratamento
Não existe um tratamento universal para a Síndrome de Pica. No entanto, uma abordagem multidisciplinar e paliativa inclui algumas estratégias, como psicoterapia, apoio psicológico e correção nutricional, para identificar e tratar deficiências nutricionais com a ajuda de um nutricionista.
Se não tratada, a Síndrome de Pica pode levar a complicações graves, como obstrução intestinal, intoxicação e problemas psicológicos, com sofrimento emocional, isolamento social e baixa autoestima.
Se você ou alguém que você conhece apresenta sintomas da Síndrome de Pica, é muito importante procurar ajuda médica.
O tratamento adequado pode melhorar a qualidade de vida e prevenir complicações graves.