SC confirma primeiros casos de febre do Oropouche

Foto: Fiocruz

Por: Isabelle Stringari Ribeiro

27/04/2024 - 14:04 - Atualizada em: 27/04/2024 - 14:14

Santa Catarina anunciou os primeiros casos de febre do Oropouche no estado, conforme comunicado da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive/SC) na sexta-feira (26). Os afetados residem em Botuverá, localizado no Vale do Itajaí.

A enfermidade apresenta sintomas similares aos da dengue e é veiculada por mosquitos, especialmente o Culicoides paraensis, conhecido como maruim, e o Culex quinquefasciatus, popularmente chamado de pernilongo. O maruim motivou um decreto de emergência em Luiz Alves, também situada na mesma área.

Diferente do Aedes aegypti, que se desenvolve em água estagnada, esses insetos proliferam em locais ricos em matéria orgânica, o que complica o controle de sua população.

Moradores de Botuverá são aconselhados a manter acompanhamento médico constante.

“Os profissionais de saúde estão alertados”, acrescentou o diretor da Dive.

Detalhes dos Pacientes em Botuverá

A confirmação dos casos em Botuverá foi feita por meio de análises laboratoriais na quinta-feira (25). Os sintomas foram registrados entre 10 e 15 de abril. Após testes iniciais excluírem a dengue, procedeu-se ao diagnóstico para febre do Oropouche.

Os pacientes, com idades entre 18 e 40 anos, não viajaram para fora do estado recentemente, segundo a Dive. Todos estão em bom estado de saúde. Autoridades estaduais e municipais já iniciaram investigações e estão preparando ações para fortalecer o monitoramento da situação.

Estão sendo realizadas coletas de mosquitos e encaminhamento de amostras de outros pacientes para análise pelo Laboratório Central de Saúde Pública de Santa Catarina (Lacen), buscando ampliar a vigilância da doença. Até o final da tarde desta sexta-feira, a Dive relatou que não foram identificados outros casos suspeitos.

Sobre a Febre do Oropouche

Identificada inicialmente no Brasil em 1960, predominantemente no Norte, a febre do Oropouche é causada por um arbovírus e provoca sintomas como dor de cabeça, muscular, nas articulações, náusea e diarreia. Não há tratamento específico; o manejo inclui repouso e cuidados sintomáticos, com suporte da rede de saúde local, segundo a Dive.

Emergência em Luiz Alves devido ao Maruim

A cidade de Luiz Alves, situada a cerca de 80 quilômetros de Botuverá, declarou emergência em 27 de março devido ao aumento significativo da população de maruins, causando desconforto considerável aos residentes devido às picadas dos insetos.