Cinco casos de coqueluche foram registrados em Santa Catarina este ano. A Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) informou que o caso mais recente da doença ocorreu no mês passado, em uma criança de 12 anos, moradora de Joinville. Os outros pacientes são uma mulher de 40 anos, residente em São José, uma bebê de 15 dias, de Timbó Grande, um bebê de quatro meses, de Florianópolis, e outro de dois meses, do município de Paulo Lopes. A vacina é a melhor forma de prevenir a doença e em Jaraguá do Sul ela está disponível na Central de Vacinas, na Rua Reinoldo Rau, em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs).
Doença pode levar bebês à morte
A coqueluche, também conhecida como “tosse comprida”, é uma doença infecciosa que afeta as vias respiratórias e provoca crises de tosse seca e falta de ar, podendo resultar em complicações, principalmente em crianças com menos de 1 ano. Nesse grupo, ela pode causar problemas como infecções de ouvido, pneumonia, desidratação e convulsões, podendo até levar à morte. Em adultos, a doença é quase sempre assintomática. Quando há sintomas, eles são parecidos com os de um resfriado, com febre, tosse, coriza, dores no corpo e cansaço, mas se não for tratada, a tosse pode aumentar consideravelmente.
Formas de transmissão
A coqueluche é altamente transmissível e o contaminado pode infectar outras pessoas através de gotículas da tosse, espirros ou mesmo ao falar. Nesta época do ano, com dias de muito frio, os ambientes ficam mais fechados, com menos ventilação e, consequentemente, propícios à disseminação de doenças.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico da coqueluche no estágio inicial é mais difícil, pois os sintomas se assemelham muito aos de um resfriado. Para confirmar a infecção, o médico pode solicitar exames laboratoriais. O tratamento é feito com antibióticos. Porém, como no caso das crianças a doença tende a ser mais severa, pode ser necessária internação hospitalar.
Quem deve tomar a vacina?
A vacina contra a coqueluche é oferecida pelo SUS (nos postos de saúde) para bebês ainda nos primeiros meses de vida. Devem ser aplicadas três doses: aos 2, aos 4 e aos 6 meses de idade. Depois, é necessária uma dose de reforço aos 15 meses e um segundo reforço aos 4 anos. A vacina é chamada “tríplice bacteriana” porque também protege contra difteria e tétano.
A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) recomenda que mesmo as crianças que já tiveram a doença sejam vacinadas, já que a proteção adquirida pela infecção não é permanente.
Mulheres grávidas também devem receber a vacina a partir da 20ª semana de gestação para proteger o bebê, já que o nível de anticorpos que elas produzem é tão alto que eles são transferidos para o feto, evitando que ele adoeça de forma grave até completar o seu esquema vacinal, aos 6 meses de vida.
O Ministério de Saúde (MS) reforça que, embora a vacina ofereça proteção por um período de sete a dez anos, ela deve ser aplicada em todas as gestações. Se a mulher tiver uma gravidez neste ano, outra daqui um ano e outra depois de um ano, por exemplo, ela vai tomar a vacina três anos seguidos, para proteger-se e transferir os anticorpos para o bebê.
Bebês prematuros
Existe ainda uma recomendação do Ministério da Saúde que é feita especialmente no caso de bebês de risco, como os prematuros, que é vacinar as pessoas que terão contato com o bebê, como os avós, por exemplo. Além disso, o MS recomenda a vacinação de todos com a vacina tríplice bacteriana de 10 em 10 anos.
Vacinas são seguras e eficazes, afirma secretário
O secretário de Saúde de Jaraguá do Sul, Rogério Luiz da Silva, afirma que a prevenção de doenças através de vacinas sempre se mostrou segura e muito eficaz. “Vacinas que já estão à disposição da população há anos e que comprovadamente se demonstraram seguras e eficazes não podem simplesmente deixar de ter sua importância valorizada. A melhor arma que o ser humano tem para prevenção de doenças infectocontagiosas é a vacina”.