O título de município mais seguro do país quando se leva em consideração os números de homicídios deixou os jaraguaenses carregados de orgulho, mas além da segurança, Jaraguá do Sul é referência em um serviço que impacta diretamente o dia a dia da população e o responsável por isso comemora 50 anos na próxima segunda-feira (28).
Os índices de cobertura dos serviços de atendimento de água e de coleta e tratamento de esgoto na cidade são excelentes e acima das médias estadual e nacional. Neste ano, Jaraguá do Sul possui 99,8% do município com fornecimento de água, enquanto Santa Catarina apresenta 97,1% e a média nacional é de 93%.

Samae de Jaraguá do Sul é um exemplo para o estado e o país | Foto Eduardo Montecino / OCP Online
Se os índices de fornecimento de água são bons, os de coleta e tratamento de esgoto são ainda melhores quando comparados aos números estaduais e nacionais. Embora ainda seja um desafio estender o serviço para todos os bairros da cidade, 80% dos jaraguaenses já contam com o serviço, enquanto no Brasil, apenas 37,5% da população tem acesso ao tratamento de esgoto.
Os números catarinenses são ainda piores. Apenas 18% das residências no estado possuem o serviço. E os bons índices foram alcançados graças ao trabalho, agora cinquentenário, do Samae (Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto), que hoje investe em tecnologia para atender os jaraguaenses.
Criada pela Lei Municipal 190, a autarquia iniciou as atividades no dia 28 de maio de 1968 e, de lá até agora estendeu o acesso aos serviços por Jaraguá do Sul. Para o presidente do Samae, Ademir Izidoro, um dos marcos desses anos de história é a nova ETA (Estação de Tratamento de Água) que deve ser inaugurada até julho.

Nova estação tem previsão de inauguração para julho | Foto Eduardo Montecino / OCP News
O investimento na obra é de cerca de R$ 40 milhões e a capacidade de tratamento é de mil litros por segundo.
“A partir de julho, passamos a ser outro Samae, com a inauguração de uma estação de tratamento capaz de tratar mil litros de água por segundo com uma tecnologia adequada e reduzindo custos”, destaca”, diz.
“Para nós é um marco porque chegamos nesta data com 80% de tratamento de esgoto coletado e tratado, com quatro estações de tratamento de esgoto, com quase 450 quilômetros de redes de esgoto na cidade e com projetos muito bem estruturados para que um dia possamos chegar a 100%”, completa o presidente.
À frente da autarquia há cinco anos, Izidoro ressalta a importância dessa obra para Jaraguá do Sul e ressalta ainda a importância do Samae em Santa Catarina.
“Hoje, o Samae é uma empresa pública que está muito bem e eu tenho a honra de fazer parte dela. Estou muito feliz em poder inaugurar uma obra como essa, que eu digo que é uma indústria de alimentos, porque sem água não se faz absolutamente nada”, enfatiza.
Rumo aos 100%
O presidente admite que ainda há um caminho grande a ser percorrido, visto que o objetivo é atingir a cobertura total dos serviços no município. Para ele, o maior desafio é manter o trabalho coletivo realizado pelo Samae, que hoje possui um quadro de 204 funcionários.
“O maior desafio da autarquia, acredito, é ter no futuro a continuidade do trabalho em conjunto feito hoje. Agora, o meu desafio como gestor do Samae é chegar em 2020 com 100% de esgoto tratado e um índice de perda menor do que 25%. Talvez eu não vá conseguir, mas vou lutar muito para chegar neste ponto e se não chegar nesse patamar, eu posso garantir que o Samae fica entre as dez melhores empresas de saneamento do Brasil”, ressalta.
Hoje, o Samae possui mais de 700 quilômetros de rede de água e mais de 400 quilômetros de redes de esgoto no município. O orçamento anual da autarquia é próprio e gira em torno dos R$ 68 milhões.
Abastecimento pelas próximas três décadas
O índice de abastecimento de água em Jaraguá do Sul beira os 100%. Com 99,8% de cobertura, o Samae tem índice superior ao estadual e nacional. Para coroar o bom trabalho, a autarquia ainda inaugura, em julho, a nova ETA (Estação de Tratamento de Água) que deve garantir o abastecimento sem sobressaltos pelos próximos 30 anos.
Além disso, a capacidade de tratamento da nova estrutura chega a mil litros por segundo, em um cenário no qual a média de tratamento necessária para manter as torneiras cheias na cidade é de 400 litros por segundo, o que coloca o Samae em uma posição bastante confortável.

Abastecimento está garantido pelos próximos 30 anos | Foto Eduardo Montecino / OCP News
O presidente da autarquia, Ademir Izidoro, comemora os bons índices e reconhecimento, mas ressalta que os resultados são frutos de um trabalho desenvolvido em equipe e com foco em uma gestão profissional que desenvolve ações visando a boa prestação de serviço.
“Dos municípios regulados pela Aris [Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento], nós somos o único ‘ouro’ e talvez recebamos essa certificação no dia da inauguração da estação, mas trabalhamos para melhorar dia a dia a nossa prestação de serviço”, destaca.
Segundo ele, entre os novos projetos que devem ser colocados em prática em breve estão a instalação de nova tubulação para diminuir as perdas, projetos de reservação de água e de eficiência energética.
80% do município possui tratamento de esgoto
Muito acima da média nacional, o índice de cobertura, coleta e tratamento de esgoto ainda é um desafio para o Samae. Embora 80% do município tenha acesso ao serviço, para o presidente Ademir Izidoro, chegar ao 100% é o objetivo final.
Atualmente, são mais de 400 quilômetros de tubulação de esgoto, mas ainda assim, há bairros sem coleta e tratamento. Jaraguá 84 e Jaraguá 99 são dois deles, mas já há projeto pronto para que o serviço possa ser instalado nos dois bairros. Segundo Izidoro, o valor – cerca de R$ 10 milhões – está sendo buscado via BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Três Rios do Norte, Três Rios do Sul, Santa Luzia, Vila Chartres, São João, João Pessoa, Vieiras e Centenário também não têm acesso à coleta e tratamento de esgoto.

Objetivo do Samae é que toda a cidade seja atendida 100% com a coleta e tratamento de esgoto | Foto Eduardo Montecino / OCP News
Para a secretária executiva do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Itapocu, Karine Holler, o saneamento é uma questão prioritária em toda a região e Jaraguá do Sul serve de exemplo aos municípios vizinhos.
“Com certeza é exemplo para o estado. Apesar de alguns bairros ainda não terem, Jaraguá está acima da média estadual e nacional e é muito bem visto em outras regiões”, diz.
Além disso, Karine ressalta a importância da preservação de mananciais e chama a atenção para o fato de que todas as áreas de mananciais do município contar com o serviço.
“É um caminho a percorrer, claro, mas eu gosto de focar nas áreas de mananciais, que são prioritárias e, neste sentido, o Samae atua bastante. Esses mananciais estão dentro das áreas de tratamento, portanto, eles têm essa visão de bacia hidrográfica”, parabeniza.
Projeto para proteção dos rios
“Não adianta ter uma estação de tratamento e não ter água”. Com a consciência de que uma estação de tratamento capaz de tratar mil litros por segundo precisa de sua matéria-prima, o Samae deve iniciar, ainda este ano, um projeto de revitalização da mata ciliar.

Samae conta com diversos projetos de conscientização | Foto Eduardo Montecino / OCP News
O presidente Ademir Izidoro ressalta a importância da preservação dos rios para que a matéria-prima não falte.
“Essa nova estação vai atender os próximos 25, 30 anos, mas pensamos: não adianta ter uma estação, se eu não tiver água nos próximos 20 anos. O projeto, que deve ser lançado em parceria com o Ministério Público, pretende recuperar a mata ciliar entre a ponte Abdon Batista e Corupá. “Eu quero deixar esse legado”, afirma.
Além da preservação do rio, Izidoro também pretende manter o recolhimento de resíduos, serviço que passou a ser responsabilidade do Samae neste ano. De acordo com ele, a coleta de lixo não onerou as contas da autarquia que, inclusive, conseguiu zerar a inadimplência do serviço, garante.
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