A colonização de Santa Catarina foi marcada pela diversidade cultural trazida por vários grupos de imigrantes, que contribuíram significativamente para a formação da identidade do estado. Desde os povos indígenas originários até os colonos europeus e africanos, cada grupo deixou sua marca nas tradições, na economia e na cultura catarinense.
Santa Catarina é um mosaico cultural, onde convivem tradições germânicas, italianas, açorianas e indígenas, entre outras. Essa diversidade é celebrada em festivais, na gastronomia e no dia a dia das cidades, consolidando o estado como um exemplo de integração cultural no Brasil.
A seguir, exploramos os principais grupos que colonizaram a região:
1 – Povos Indígenas
Antes da chegada dos colonizadores europeus, Santa Catarina era habitada por povos indígenas, como os guaranis, xoclengues (ou xoklengs) e os kaingangs. Esses grupos ocupavam diferentes regiões do território, vivendo da caça, pesca e agricultura de subsistência. Apesar de terem sido amplamente impactados pela colonização, sua presença e cultura permanecem como parte essencial da história catarinense.
2 – Portugueses
Os portugueses foram os primeiros europeus a ocupar Santa Catarina, no início do século XVI. A fundação da Vila de Nossa Senhora do Desterro, hoje Florianópolis, em 1673, marca a consolidação da presença portuguesa na região. Muitos dos colonos eram açorianos, enviados pelo governo português no século XVIII como parte de um projeto de povoamento do sul do Brasil, visando proteger o território de invasões espanholas. Esses imigrantes trouxeram práticas agrícolas, a pesca e tradições culturais, como o folclore e a gastronomia açoriana, que ainda hoje são marcantes no litoral catarinense.
3 – Africanos
Durante o período colonial, africanos foram trazidos como escravizados para trabalhar na agricultura e no comércio. Embora sua presença não seja tão evidente na narrativa histórica oficial, a influência africana pode ser percebida em costumes, na culinária e em manifestações culturais, como o tambor de crioula e a congada.
4 – Alemães
A imigração alemã começou em 1829, com a fundação da colônia de São Pedro de Alcântara, a primeira colônia germânica em Santa Catarina. Nos anos seguintes, outros grupos de alemães se estabeleceram em regiões como Jaraguá do Sul, Blumenau, Joinville e Brusque, onde desenvolveram a agricultura, especialmente a produção de trigo, batatas e laticínios. Os alemães também impulsionaram o setor industrial, introduzindo técnicas avançadas de produção. A cultura germânica é uma das mais visíveis no estado, refletida na arquitetura, nos festivais como a Oktoberfest, e na língua, com dialetos alemães ainda falados em algumas comunidades.
5 – Italianos
A chegada dos italianos aconteceu a partir de 1875, quando se instalaram principalmente na região sul de Santa Catarina, como em Urussanga, Criciúma e Nova Veneza. Esses imigrantes contribuíram para o desenvolvimento da viticultura e da agricultura de subsistência, além de estabelecerem pequenas comunidades rurais com forte senso de cooperação. A culinária italiana, com massas, vinhos e polentas, tornou-se um símbolo cultural da região. Mas os italianos seguiram para outras regiões do estado, como os vales do Itajaí, Itapocu; e todo o Grande Oeste
6 – Japoneses
A imigração japonesa em Santa Catarina ocorreu no início do século XX, com foco na agricultura, principalmente em cidades como Frei Rogério e Curitibanos. Esses imigrantes trouxeram técnicas agrícolas modernas, como o cultivo de hortaliças e flores, além de promoverem uma integração cultural significativa.
7 – Poloneses
Os imigrantes poloneses chegaram a Santa Catarina no final do século XIX, fixando-se principalmente na região de Mafra e Canoinhas. Eles se dedicaram à agricultura e à criação de pequenas propriedades familiares, mantendo vivas tradições religiosas e culturais, como as festas típicas e a gastronomia baseada em batatas, carnes e pães.
8 – Ucranianos
Embora em menor número que os poloneses, os ucranianos também se estabeleceram em Santa Catarina, especialmente na região de Porto União. A cultura ucraniana é visível nas celebrações religiosas, como a Páscoa, e na preservação do idioma em algumas comunidades.
9 – Húngaros
A imigração húngara teve início em 1891, impulsionada por incentivos governamentais e pela busca por melhores condições de vida. Eles se instalaram inicialmente em diversas áreas do sul do Brasil, onde formaram comunidades sólidas, trabalhando principalmente na agricultura e na indústria.
A presença dos húngaros foi determinante para o desenvolvimento de Jaraguá do Sul. Junto com outros imigrantes, eles contribuíram para o crescimento da economia local, principalmente no setor têxtil, e ajudaram a moldar a identidade cultural da região. Recentemente, foi inaugurada a Praça Húngara MagyarTér, localizada na Comunidade Santo Estevão, no bairro Garibaldi.
9 – Outros grupos
Outros povos europeus também deixaram sua marca em Santa Catarina, como os suíços, austríacos, noruegueses e holandeses, que contribuíram em áreas específicas, como a agricultura e a pecuária. Além disso, migrantes de outras regiões do Brasil, especialmente do Rio Grande do Sul e Paraná, também desempenharam um papel importante na colonização interna do estado.
Mais recentemente, uma onda migratória de nortistas e nordestinos brasileiros foi regisyrada em Santa Catarina, em sua grande maioria em busca de melhores oportunidades de empregos. Moradores do Pará, Maranhão, Bahia, Ceará, entre outros estados, se fixaram em várias cidades catarinenses, se estabelecendo em grande maioria no comercio varejista.