RS projeta cidades provisórias para acolher vítimas; especialista critica

As estruturas serão similares a dos hospitais o construídos no Rio de Janeiro, durante a pandemia | Foto: Divulgação/Governo RJ

Por: OCP News Florianópolis

27/05/2024 - 10:05 - Atualizada em: 27/05/2024 - 10:28

O Governo do Rio Grande do Sul estuda a criação de cidades provisórias para atender cerca de 7,5 mil vítimas das enchentes que recentemente atingiram o estado. O projeto é uma alternativa encontrada pelo governo estadual e por prefeituras locais para substituir os alojamentos improvisados, como ginásios e escolas. Os espaços, oficialmente denominados Centros Humanitários de Acolhimento, serão instalados em Porto Alegre, Canoas, Guaíba e São Leopoldo.

A iniciativa visa oferecer uma melhor infraestrutura para os desabrigados até a construção de moradias definitivas. Técnicos locais, com a ajuda de estudiosos vinculados à Organização das Nações Unidas (ONU), estão trabalhando no desenho e planejamento da gestão dos novos espaços. As estruturas serão similares a dos hospitais o construídos no Rio de Janeiro, durante a pandemia.

Externamente, as estruturas contarão com ferragens de aço para sustentação e enormes lonas brancas. Internamente, os espaços terão cabines destinadas a famílias, com cama de casal e beliches para acomodar até seis pessoas, além de alojamentos separados para homens e mulheres com camas individuais.

O planejamento também prevê ambientes multiuso com TV e computador para crianças, refeitório, cozinha e lavanderia coletivas, banheiros e chuveiros de uso comum, fraldário, lactário e um anexo para animais de estimação.

De acordo com o gabinete do vice-governador Gabriel Souza, responsável por coordenar a iniciativa, as estruturas terão entre 6 mil e 9 mil metros quadrados e contarão com “mobiliário essencial para a estadia das pessoas durante o abrigamento”.

A construção das cidades, porém, gera preocupação entre especialistas e provoca divergências com o governo federal devido a possíveis impactos sociais. Clarice de Oliveira, copresidente da seção gaúcha do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-RS), alerta para o risco de que uma solução temporária se torne prolongada.

“O ideal é que se pensasse em abrigos menores e mais pulverizados, próximos de onde as pessoas viviam,” afirmou Clarice.

O governo do Rio Grande do Sul esclarece que o contrato para montagem e manutenção das novas estruturas provisórias é de seis meses, podendo ser renovado por outros seis. Contudo, a intenção é que as famílias sejam transferidas para moradias definitivas o mais rápido possível.

* Com informações do Portal GZH

 

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