Dentro da tradição cristã da Quaresma, período que antecede a Páscoa, a procura por peixes para compor o cardápio das famílias aumenta consideravelmente. Por conta disso, a Secretaria de Desenvolvimento Rural e Abastecimento da Prefeitura de Jaraguá do Sul tem intensificado seu trabalho de orientação e fiscalização relacionados à produção local de pescado e para isso conta com parcerias de entidades como a Associação Jaraguaense de Aquicultores (AJA) hoje composta por 17 piscicultores.
Essa entidade mantém uma unidade no bairro Rio Cerro I onde faz o abate e o processamento dos peixes para consumo dentro dos critérios sanitários e de segurança alimentar. O médico veterinário, Leandro Henriques Anjo é responsável técnico do abatedouro do AJA. “Este período de Quaresma é muito importante para nós aqui da Associação. Podemos dizer que estamos todo ano à espera de momentos como este, aumentando nosso estoque de pescado para atender nossa população”, destacou Anjo. “Estimamos que nossa produção mensal duplica, talvez até triplica, chegando entre 8 mil e 9 mil quilos mensais.
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Foto: PMJS/Divulgação
Hoje, boa parte da produção da AJA também é vendida para estabelecimentos comerciais aqui no município e na Associação dos Pequenos Agricultores Artesanais e Familiares (Apeafa) ali no Mercado Municipal. “Também temos um trabalho junto a nutricionistas e merendeiras das prefeituras de nossa região. Por isso estamos presentes nas licitações de merenda escolar não somente de Jaraguá do Sul como de outras cidades como Corupá e Schroeder. A gente procura participar e influenciar quanto à alimentação saudável das nossas crianças”
Propriedades
Henriques Anjo argumenta que o peixe é um alimento com uma série de propriedades saudáveis. “Podemos afirmar que o peixe tem bastante proteína, com pouca gordura e bastante colágeno que contribui na parte muscular. E por não ser gorduroso é de fácil digestão e melhora a saciedade”, destacou. O representante da AJA destaca que hoje a espécie mais comercializada é a tilápia, mas outras variedades como carpa, jundiá, tambaqui, pacu, também são procuradas.
Outra novidade para este ano será a utilização do “Caminhão do Pescado”, veículo frigorífico que será utilizado para a venda itinerante da produção da AJA. “Normalmente ficamos na frente de empresas como supermercados o que deve complementar nossas vendas nesta Páscoa”, destacou Henriques Anjo.
Acompanhamento
Todo o trabalho de processamento do pescado da AJA e de outros estabelecimentos do gênero do município é acompanhado pela equipe do Serviço de Inspeção Municipal (SIM) vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Rural e Abastecimento da Prefeitura de Jaraguá do Sul.
“O nosso trabalho é de fiscalização periódica, por se tratar de um abatedouro de peixes. A gente vem semanalmente e acompanha o abate da AJA e das outras empresas que abatem pescados. Observamos a sanidade animal, se esse peixe chega ali em boas condições, se está sendo armazenado adequadamente, se há quantidade de gelo suficiente, se o manejo do pessoal que trabalha está adequado, se estão fazendo da forma correta, se não tem sofrimento animal e se a forma de guardar esse produto depois de manipulado está sendo feita de forma higiênica”, destacou a inspetora agropecuária da Secretaria de Desenvolvimento Rural, Marilene Cássia dos Reis.
Ela acrescenta ainda que na maioria das propriedades rurais de Jaraguá do Sul, a piscicultura é ainda considerada uma atividade complementar daqueles que têm no cultivo de culturas como arroz e banana seu foco principal. “Mas já existem sim aqueles que têm na criação de peixes sua atividade principal. Em especial de tilápia que predomina nesta região”, observou a inspetora.