Um projeto que une empatia e sustentabilidade tem impactado a vida de famílias e alunos em Jaraguá do Sul. A iniciativa, protagonizada pela WEG e pelo Senai, transforma computadores reciclados em ferramentas de inclusão digital. Desde 2008, mais de 2 mil máquinas já foram recuperadas e entregues a quem mais precisa, possibilitando o acesso à informação e ao mundo digital.
O Programa de Inclusão Digital da 24ª Secretaria de Desenvolvimento Regional foi idealizado pelo professor Ronaldo Maciel Coser, quando notou o descarte de computadores ainda funcionais e projetou reaproveitá-los. Ele começou a consertar equipamentos de modo autônomo, mas a ideia ganhou força em 2010, com a parceria da WEG e do Senai.
Essa parceria é fundamentais para que o projeto seja colocado em prática. A WEG renova seus computadores anualmente e envia os equipamentos descartados ao Senai. Lá, os alunos de cursos técnicos recuperam as máquinas, utilizando conhecimentos adquiridos durante sua formação.
Após o recondicionamento, os equipamentos recebem sistemas operacionais leves, adaptados às configurações das máquinas. Os computadores restaurados são destinados a estudantes da rede estadual com bom desempenho escolar e baixa renda, ou a entidades beneficentes em Santa Catarina.
Para os alunos do Senai, o projeto é também uma oportunidade de aprendizado técnico e desenvolvimento de habilidades práticas. “É um trabalho que une tecnologia e impacta socialmente. Os alunos aprendem enquanto ajudam a comunidade”, comenta Célio Bayer, vice presidente regional da Fiesc.
“Fios” que contam história
Entre as famílias beneficiadas está a da cozinheira Michelly Daiane Souza Duarte, de 37 anos, mãe de Ray Duarte de Lima, 15, que se enquadra no transtorno do espectro autista (TEA) de nível 1. “A gente não tinha condição de comprar um computador, agora, ele e a irmã, Ellen, podem usar para os estudos. Isso vai facilitar muito o aprendizado e o futuro deles”, comenta Michelly.
Ray também compartilha seu entusiasmo: “Eu sempre preciso usar os computadores da escola para fazer as atividades. Ter um em casa vai ajudar muito. Estou gostando muito do curso técnico, e isso só motiva mais”, afirma.
Além de transformar vidas, o projeto inspira uma cultura de retribuição. Muitas famílias que recebem os computadores manifestam o desejo de, futuramente, também contribuírem com quem precisa. “Hoje estamos sendo abençoados, mas queremos, no futuro, poder abençoar outras pessoas. Acho justo retribuir à comunidade”, completa Michelly.
A iniciativa, que começou de forma local, já vislumbra expansão para outras regiões. A ideia é ampliar o modelo de parques industriais no Estado e ampliar as doações para além dos alunos, alcançando também entidades beneficentes.