Facilitar a escolha dos consumidores por produtos saudáveis e alertá-los antes da compra. Este é o objetivo de um projeto de lei que está tramitando na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP), com orientação técnica e proposição do cirurgião e presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), Caetano Marchesini.
O projeto – apresentado, no último dia 17 de abril, pelo deputado estadual do Paraná, Rasca Rodrigues – prevê a criação de tabelas nutricionais diferenciadas, com informações claras e didáticas, nos rótulos de alimentos gordurosos e industrializados.
O presidente da SBCBM, Caetano Marchesini, orientou o estudo “Desenvolvimento de selo para identificação do teor de nutrientes embalados”, pioneiro no país. O resultado foi que 89% dos consumidores, ao se depararam com um selo vermelho alertando os riscos à saúde de determinado alimento mudaram suas escolhas de compra no supermercado.
Apenas 11% mantiveram a opção por alimentos gordurosos e industrializados com o selo vermelho.
“A interpretação de rótulos e informações nutricionais de alimentos embalados deve ser facilitada para que a população possa fazer escolhas autônomas, saudáveis e adequadas. Apresentamos um estudo científico que comprova a mudança na escolha das pessoas quando elas são alertadas de que determinado alimento não faz bem à saúde”, conta Marchesini.
Como funciona o projeto de lei
Tabelas nutricionais deveriam ser apresentadas nas cores vermelha (alimentos fora dos padrões nutricionais), amarela (alimentos dentro dos limites toleráveis) e verde (alimentos dentro dos padrões saudáveis), de acordo com o projeto
Pelo projeto, as tabelas nutricionais dos alimentos gordurosos e industrializados devem ser apresentadas com as quantidades e níveis de açúcar, sal, gordura saturada e gordura total em três cores diferentes: vermelha para alimentos fora dos padrões nutricionais recomendáveis, indicando excesso nos níveis; amarela para alimentos dentro dos limites toleráveis e verde para alimentos dentro dos padrões saudáveis.
No texto do projeto são apresentados os números limites para se classificar como saudável, ou não, os produtos alimentícios.
O projeto também modifica as informações que são obrigatórias nas tabelas nutricionais, com o objetivo de deixá-las mais simplificadas ao consumidor. Além das já obrigatórias informações do valor energético e nutricional – com base em uma porção – o projeto prevê que as tabelas informem o conteúdo energético total de uma embalagem inteira.
“As tabelas nutricionais atuais são verdadeiras em mostrar os números do que cada alimento tem. Mas não dizem se determinado alimento é bom ou ruim para nossa saúde. Ao estabelecer a distinção por cores, estamos facilitando a interpretação da tabela e ajudando as pessoas a escolherem por alimentos saudáveis”, explicou Rasca Rodrigues.
O projeto de lei 210/2018 deve ser apreciado nos próximos dias pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Se for aprovado, deve ir às comissões temáticas até ser votado em definitivo no plenário.
Foram responsáveis pelo estudo, juntamente com o Dr. Caetano Marchesini, a nutricionista e mestranda em alimentação e nutrição pela UFPR, Ana Cláudia Thomaz; a nutricionista e mestre em segurança alimentar e nutricional e professora da Universidade Positivo, Rubia Daniela Thieme, o professor do curso de Comunicação Social da Universidade Positivo, Sergio Czajkowski Jr e as alunas do curso de nutrição da Universidade Positivo, Gabriela Franco e Lucimara Bertoni.
Com informações de Estadão Conteúdo