Aproximadamente 1 bilhão de indivíduos ao redor do globo enfrentam a condição de obesidade, de acordo com estatísticas fornecidas pela Organização Mundial da Saúde. No Brasil, esse desafio é evidente, uma vez que o país figura em quarto lugar no ranking, com mais de 4 milhões de pessoas obesas, dentre as quais 624 mil se encontram no estágio grave (grau III), conforme levantamento do Ministério da Saúde.
Em resposta a esse cenário complexo e com o objetivo de assegurar um atendimento eficaz e de alta qualidade a esses indivíduos, a Superintendência de Urgência e Emergência (SUE), em parceria com o serviço da SC Inter-hospitalar, introduziu a primeira ambulância projetada exclusivamente para o transporte de pacientes obesos graves entre unidades hospitalares em todo o Estado.
Visando otimizar o conforto do paciente obeso durante o transporte e garantir sua segurança, a ambulância foi projetada com uma série de características específicas. Isso inclui um interior com espaço ampliado e uma maca biarticulada, que dispõe de um sistema de retração independente para as pernas, reduzindo o esforço necessário durante a colocação e retirada da maca do veículo. Além disso, a maca é mais larga e possui uma capacidade de suportar até 300 Kg, com uma margem de segurança que pode chegar a 600 kg. A disposição interna da ambulância foi planejada para maximizar a circulação da equipe ao redor do paciente, incluindo a ausência de armários laterais e a presença de dois assentos retráteis, que oferecem espaço adicional.
Em um marco significativo, no dia 1º de agosto, em Florianópolis, foi realizado o primeiro transporte bem-sucedido com a nova ambulância. Um paciente obeso, com 29 anos de idade, estava internado em estado grave no Hospital Governador Celso Ramos e foi transferido para a UTI do Hospital Nereu Ramos, ambos localizados no Centro da cidade.
O socorrista Bruno Ouriques, que atuou no transporte do paciente, conta que a nova unidade facilitou muito seu trabalho.
“Com a nova ambulância ficou mais prático para mim e mais confortável para o próprio paciente. Isso representa mais qualidade no atendimento para o transportado e para a equipe, porque uma viatura comum não suporta o tamanho e o peso da pessoa obesa”.