A prefeitura de Itajaí anunciou na manhã desta segunda-feira (17) o cancelamento da edição 2023 da Marejada, acusando a Câmara de Vereadores por não ter aprovado em urgência um projeto que liberaria R$ 5 milhões para a festa do pescado.
O Legislativo, por sua vez, afirma que o Executivo não enviou a prestação de contas da Marejada do ano passado e que, sem a prestação de contas, manteve a tramitação normal da proposta nas comissões.
De acordo com a prefeitura, sem a aprovação do projeto para liberação dos recursos, a festa fica inviabilizada porque faltará tempo hábil para o lançamento das licitações.
Como a Câmara de Vereadores está em recesso de 18 a 31 deste mês, não há como o projeto tramitar nas comissões permanentes e, portanto, ser aprovado ainda em julho.
A aprovação da verba só seria possível se, de acordo com a prefeitura, o Legislativo convocasse uma sessão extraordinária para tratar sobre o tema.
A Câmara admite essa chance, mas, para isso, exige toda a documentação da prestação de contas da Marejada 2022.
A Marejada 2022 em Itajaí foi a maior edição da festa do pescado, com 300,7 mil visitantes durante as cerca de duas semanas.
A prefeitura cita um impacto financeiro de R$ 8,6 milhões do evento para o município e, na nota oficial que explica o cancelamento, informa ainda a geração de 1 mil empregos diretos em todos os setores que compõem a festa.
O vereador Osmar Teixeira (Solidariedade) criticou a prefeitura em vídeo postado nas redes sociais, afirmando que esta é mais uma de uma série de decisões da administração de Volnei Morastoni (MDB) que estariam “quebrando” o município.
Ele cita, além do cancelamento e a falta da prestação de contas da Marejada, a situação do porto de Itajaí, sem operadora desde o início do mês e com queda de 95% nas operações de atracação por conta de incertezas em como seguirão as operações do porto.
O contrato com a APM Terminais, que operava o porto até este ano, venceu no dia 30 de junho. Nenhuma empresa se inscreveu no edital para tomar o lugar dela, e um novo edital deve ser lançado ainda este mês.
Segundo Teixeira, a situação portuária estaria custando cerca de R$ 15 milhões ao mês para o município. Ele afirma que culpar os vereadores pelo cancelamento da Marejada seria uma maneira da prefeitura desviar atenções dos problemas na administração pública.