A Torre de Pisa, um dos monumentos mais famosos do mundo, chama a atenção por sua inclinação peculiar. Localizada na cidade de Pisa, na Itália, a torre é uma das principais atrações turísticas do país. Mas o que levou essa estrutura a se tornar torta? A resposta está em uma combinação de fatores geológicos, arquitetônicos e históricos.
A construção da Torre de Pisa começou em 9 de agosto de 1173 e foi projetada para ser um campanário da Catedral de Pisa. O projeto inicial previa uma estrutura reta, com oito andares e aproximadamente 56 metros de altura. No entanto, ainda durante as primeiras etapas da obra, a inclinação começou a surgir.
Entenda por que a Torre de Pisa é inclinada
O motivo principal foi o solo instável sobre o qual a torre foi erguida. O terreno da região é composto por uma mistura de argila, areia e sedimentos depositados por antigos rios, o que não forneceu uma base sólida o suficiente para suportar o peso da construção.
Após a conclusão do terceiro andar, por volta de 1178, os arquitetos perceberam que a torre estava começando a inclinar. Isso levou a uma interrupção na obra que durou quase um século. Durante esse período, o solo teve tempo para se compactar, o que ajudou a evitar um colapso imediato. Quando a construção foi retomada no século XIII, engenheiros tentaram corrigir a inclinação alterando o design dos andares superiores, tornando-os mais altos de um lado. No entanto, essa tentativa não impediu que a inclinação continuasse a aumentar ao longo dos anos.
A torre foi finalizada em 1372, mas a inclinação se tornou uma característica marcante da estrutura. Durante a Idade Média e o Renascimento, a Torre de Pisa sobreviveu a diversas guerras e conflitos que assolaram a região. Durante a Segunda Guerra Mundial, as forças alemãs usaram a torre como ponto de observação. Em 1944, os Aliados planejavam destruí-la para evitar que fosse utilizada estrategicamente, mas desistiram ao perceber a beleza arquitetônica do monumento. Esse episódio salvou a torre de uma possível destruição.
Evitando o desmoronamento
Ao longo dos séculos, diversos esforços foram feitos para estabilizar a torre e evitar seu desmoronamento. Durante o século XX, a inclinação chegou a um ponto crítico, ameaçando a integridade da construção. Em 1990, a Torre de Pisa foi fechada ao público para que medidas de restauração fossem implementadas. Entre as estratégias adotadas estavam a remoção de terra do lado oposto à inclinação e a instalação de contrapesos de chumbo para equilibrar a estrutura.
As últimas intervenções ocorreram entre 1993 e 2001, quando engenheiros adotaram um método de escavação para corrigir parte da inclinação. Tubos metálicos foram instalados para reforçar a base, e pequenas quantidades de solo foram removidas do lado oposto à inclinação de forma controlada. Esse processo reduziu a inclinação em aproximadamente 45 centímetros, garantindo sua estabilidade por pelo menos mais 200 anos, segundo especialistas.
Um dos monumentos mais visitados
Atualmente, a Torre de Pisa continua a ser um dos monumentos mais visitados da Itália e um símbolo da engenhosidade humana ao lidar com desafios arquitetônicos. Além de ser um ícone turístico, também serve como um estudo contínuo para engenheiros e geólogos que analisam sua estrutura e o comportamento do solo.
A história da Torre de Pisa demonstra como falhas podem se transformar em ícones. O que era um erro de engenharia acabou se tornando uma das construções mais famosas do mundo. A torre, que inicialmente deveria ser reta, ganhou fama justamente por sua inclinação, atraindo milhões de turistas e consolidando-se como um dos cartões-postais mais reconhecidos da Itália.