Construída na na década de 1950, a antiga ponte da Lagoa da Conceição não faz mais parte do cenário de um dos principais pontos turísticos de Florianópolis. Após 23 dias de demolição, a estrutura foi retirada após mais de dois anos de obras e sucessivas paralisações no judiciário, até que a nova passagem se tornasse realidade.
A partir de agora, apenas a nova ponte fará a ligação entre as duas partes da Lagoa da Conceição. São 214 metros de extensão e 17 metros de largura, sendo que as faixas de rolamento têm 3,5 metros de largura cada. O investimento, em parceria com o governo do Estado de Santa Catarina, é da ordem de R$ 53 milhões.
A nova ponte foi totalmente liberada ao trânsito de veículos nos dois sentidos em 22 de agosto e está em pleno funcionamento desde 26 de setembro, quando ocorreu a liberação da passagem pela ciclovia e pelos dois passeios. Futuramente, vai receber iluminação cênica, podendo mudar de cor, assim como a ponte Hercílio Luz. Essa estrutura ficará pronta até a entrega total da revitalização do entorno da nova ponte, prevista para dezembro.

Foto: Gilberto Oliveira/Especial OCP News
A construção da maior travessia do interior da Ilha teve o objetivo ambiental de melhorar a oxigenação entre as duas partes da Lagoa. A prefeitura aponta que os benefícios decorrem do fato de que a distância entre a lâmina d’água e a nova travessia é três vezes maior se comparado à antiga ponte da lagoa da Conceição.
Na máxima maré, por exemplo, a altura era de 1,80 metros, e agora passou a ser de 6 metros. A mesma proporção vale para o vão livre, ou seja, o espaço para a passagem de embarcações sob a ponte, que era de apenas nove metros e, agora, é de 30 metros.
Conforme o biólogo Emerilson Emerin, essas alterações podem contribuir para a saúde da lagoa. “Temos uma lagoa que, ao longo do tempo, foi cercada pelo ambiente urbano e hoje existe uma deposição grande de matéria orgânica, que acaba conferindo à lagoa uma carga elevada dessa matéria”, disse Emerin, ao portal ND. “É renovação de água mesmo, uma troca que acontece dentro da dinâmica da própria lagoa. Essa troca torna os nutrientes, que às vezes estão concentrados num lado da lagoa, mais dispersos. Com mais oxigênio disponível, ocorre uma degradação melhor desses nutrientes.”