O polimetilmetacrilato, conhecido como PMMA, vem sendo alvo de diversas discussões no meio estético e médico devido aos riscos que apresenta para a saúde.
A substância, que já foi amplamente utilizada para preenchimentos estéticos, tem sido associada a diversas complicações graves, levando especialistas a recomendarem cautela e reforçarem a importância de alternativas mais seguras, como o ácido hialurônico.
Casos recentes trouxeram o tema à tona, como o da influenciadora Mariana Michelini, que perdeu os lábios após um procedimento em que a substância foi utilizada sem seu conhecimento. A coach Maíra Cardi também revelou sua intenção de remover o PMMA do rosto, destacando a dificuldade desse processo.
O que é o PMMA e por que é perigoso?
O PMMA é um polímero sintético utilizado em diversos procedimentos médicos e ortopédicos, como implantes e cimento ósseo. No entanto, na estética, ele tem sido associado a complicações graves.
“O PMMA possui alta taxa de complicação a longo prazo, podendo manifestar reações mesmo após anos da aplicação, como nódulos e inflamação”, alerta a esteticista Vera Lucia, especialista em preenchimentos e proprietária da Clínica Estética Vera.
Entre os riscos associados ao uso do PMMA estão complicações vasculares, embolia pulmonar e processos inflamatórios que podem levar à necrose do tecido. Casos como o de Andressa Urach, em 2014, e a morte da influenciadora Aline Ferreira, em julho de 2024, são exemplos do perigo da substância.
Alternativas seguras e a complexidade da remoção
Atualmente, o ácido hialurônico é considerado a opção mais segura para preenchimentos, pois é biocompatível e absorvido pelo organismo com o tempo. Outra alternativa é a lipoenxertia, que utiliza gordura do próprio paciente para preencher e dar volume às áreas desejadas.
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A remoção do PMMA, por sua vez, é um grande desafio. “É uma substância que não conseguimos remover de maneira isolada. Sua retirada pode causar danos aos tecidos preenchidos, resultando em deformações”, explica Vera.
Atualmente, a Anvisa autoriza o uso do PMMA para tratamentos reparadores, como a correção volumétrica facial e corporal, especialmente em casos de perda de volume causada por sequelas de doenças, como a poliomielite (paralisia infantil).
O produto também é indicado para corrigir a lipodistrofia, uma alteração no organismo que provoca o acúmulo irregular de gordura, geralmente associada ao uso de medicamentos antirretrovirais em pacientes com HIV/AIDS.
De acordo com a Anvisa, a aplicação do PMMA deve ser realizada exclusivamente por médicos habilitados.