A icônica Figueira da Praça XV, em Florianópolis, teve sua verdadeira origem desvendada por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Um estudo recente revelou que a planta, da espécie Ficus microcarpa, não é originária do Brasil, mas sim da região da Ásia tropical e da Austrália.
A descoberta foi liderada pelo professor de biotecnologia da UFSC, Valdir Stefenon, juntamente com estudantes de pós-doutorado de Agronomia. O grupo de especialistas do laboratório coletou folhas e frutos da figueira para isolar o DNA da planta. Em seguida, os pesquisadores cruzaram os dados genéticos obtidos com genes de outras espécies cadastradas no banco internacional de dados GeneBank.
O trabalho de sequenciamento do DNA e as análises subsequentes foram realizados através de bioinformática, uma área interdisciplinar que envolve ciência da computação, estatística, matemática e engenharias para processar dados biológicos. Este processo detalhado e minucioso durou cerca de três meses.
A pesquisa não apenas acrescenta conhecimento sobre a famosa árvore, mas também destaca a importância da bioinformática e das técnicas avançadas de análise genética na compreensão da biodiversidade e na identificação precisa das espécies.