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Pesquisa usa ultrassom para eliminar mal de Alzheimer

Foto: Freepik

Por: Ewaldo Willerding Neto

31/03/2025 - 11:03 - Atualizada em: 31/03/2025 - 11:56

Uma pesquisa promissora conduzida por cientistas australianos utilizou o ultrassom focado para um tratamento não invasivo do mal de Alzheimer. A doença é o mal degenerativo ligado à idade com mais prevalência no mundo, com 50 milhões de portadores e 10 milhões de novos casos diagnosticados a cada ano.

Em um rato transgênico, modificado para ser um “modelo” de laboratório, o experimento removeu depósitos de beta-amiloide, um dos componentes associados à doença de Alzheimer, o que pode representar um avanço promissor na busca por novos tratamentos.

Os resultados iniciais sugerem que essa técnica, ao abrir temporariamente a barreira hematoencefálica, pode facilitar a entrada de anticorpos terapêuticos previamente administrados no organismo. O método tem potencial de tornar mais ágil o tratamento e colocar a ciência mais próxima da cura, segundo noticiou a revista Science.

“Acredita-se que o ultrassom possa facilitar a remoção de placas amiloides e reduzir inflamações, o que pode contribuir para a melhora da memória em modelos experimentais da doença de Alzheimer”, afirmou Gerhard Leinenga, co-autor do estudo ao lado de Jürgen Götz. Eles trabalham para o Centro Clínico de Envelhecimento do Cérebro Clem Jones, no Queensland Brain Institute, da universidade de Queensland, na Austrália.

Ensaios clínicos em humanos estão em andamento para avaliar a segurança e eficácia dessa técnica, que busca abrir temporariamente a barreira hematoencefálica para facilitar a remoção dessas placas e a aplicação das substâncias terapêuticas.

Depósitos no cérebro

A Doença de Alzheimer ainda não é completamente compreendida. O acúmulo de placas amiloides é uma característica comum em muitos casos, mas não está presente em todos os indivíduos com sintomas da doença. “As placas amiloides são aglomerados de proteínas que podem se acumular no cérebro e bloquear a comunicação entre as células cerebrais, levando à perda de memória e outros sintomas do Alzheimer”, diz o Dr. Leinenga.

A pesquisa demonstrou que o uso repetido do ultrassom de varredura removeu depósitos de beta-amiloide e melhorou a função cognitiva em um modelo de camundongo com características da doença de Alzheimer. O ultrassom facilitou a remoção de placas amiloides e, quando combinado ao aducanumabe, medicamento usado para tratar a doença de Alzheimer, potencializou seus efeitos na redução dessas placas em modelos experimentais.

Ensaios clínicos em seres humanos devem agora avaliar a segurança e eficácia da técnica não invasiva, que busca abrir temporariamente a barreira hematoencefálica para facilitar a remoção dessas placas e a entrega de terapias.

Kullervo Hynynen e Isabelle Aubert, juntamente com seus colegas do Sunnybrook Health Sciences Centre em Toronto, foram os primeiros a publicar dados sugerindo o benefício do ultrassom focalizado (FUS) e microbolhas para abrir a barreira hematoencefálica, reduzir a carga de placas e melhorar o comportamento baseado na memória em um modelo de rato diferente com a doença neurológica.

Médicos estão conduzindo um ensaio clínico para avaliar a segurança e viabilidade do ultrassom focalizado em pacientes com doença de Alzheimer em estágio inicial a moderado. O objetivo é determinar se a técnica pode auxiliar na remoção de placas amiloides e melhorar os sintomas cognitivos.

* Com informações da Gazeta do Povo.

 

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Ewaldo Willerding Neto

Jornalista formado pela UFSC com 30 anos de atuação.