Que a prática de atividade física regular é desafiadora, mas traz benefícios à saúde, todos já sabemos. E associar a atividade física às horas em que o paciente fica ligado a uma máquina três vezes por semana, durante quatro horas, é algo ainda mais desafiador.
Porém um grupo de professores e universitários de Joinville iniciou um estudo justamente para promover e estudar os efeitos desta prática durante as sessões de hemodiálise na Fundação Pró-Rim.
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O estudo “Uso da tecnologia assistiva para estimular o exercício físico em pacientes renais crônicos durante a hemodiálise”, é organizado em trabalho conjunto pela Faculdade Ielusc, Universidade da Região de Joinville (Univille) e Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc).
Durante a semana, alguns alunos e professores vão até a Fundação Pró-Rim e o Centro de Tratamento de Doenças Renais (CTDR) de Joinville para orientar e acompanhar a atividade física realizada por meio do cicloergômetro, um equipamento com movimentos cíclicos, que possibilita exercícios ativos em pacientes, similar ao andar de bicicleta. São 20 minutos de atividades durante a sessão de hemodiálise.
Para facilitar o exercício existe uma interação com um jogo, o que aumenta a atenção e a motivação durante esta atividade.
O trabalho visa acompanhar a evolução de 60 pacientes e analisar o progresso físico e mental após três meses de atividades. Toda a pesquisa será realizada no período de março de 2023 a agosto de 2025.
A Profª Dra. Bruna Maggi Sant’Helena, do Ielusc, também fisioterapeuta e doutora em farmacologia, explica que esse é um projeto que busca analisar os benefícios da atividade física, tanto na melhoria da saúde física (circulação, força muscular) como na qualidade de vida em geral.
Benefícios para o paciente
Jean Carlos dos Santos faz hemodiálise há pouco mais de um ano e aprova a oportunidade de participar dos estudos. “É muito tranquilo, uma forma de me exercitar e passar o tempo durante as sessões de hemodiálise”, afirma.
Nos dias em que não está na Pró-Rim, Jean trabalha como motoboy. Mas conta que precisou reorganizar toda a vida por conta da descoberta da doença. Com isso, reduziu muito as atividades físicas.
“O paciente já fica em média quatro horas três vezes por semana ligado a uma máquina. Aproveitar esse momento para fazer uma atividade física pode trazer muitos ganhos a ele”, avalia a professora Bruna. Para a pesquisadora da Fundação Pró-Rim, Fabiana Nerbass, a parceria com as universidades é muito positiva, especialmente quando objetiva o bem-estar do paciente. “Sabemos que a atividade física diminui a ansiedade, depressão, além de proporcionar uma maior capacidade física para exercer as atividades do dia a dia. Buscamos essa qualidade também aos nossos pacientes”, avalia Fabiana.
Quando uma pesquisa como essa é realizada, os benefícios são para todos os envolvidos.
“Todos saem ganhando, nós como instituição, nossos pacientes e as instituições de ensino envolvidas, por possibilitar que alunos e professores possam ter uma linha de pesquisa voltada para o paciente em diálise”, conclui Fabiana.
A frente desse projeto estão os pesquisadores Profª Dra. Bruna, Profª Me. Maria Cecilia Kohler Panno, Profº Me. Rodolfo Nunes Bittencourt, fisioterapeuta Ana Paula Marcelino e Profº Dr. Antonio Vinicius Soares, Prof. Professor Dr. Fabrício Noveletto, bem como alunos dos cursos de nutrição, psicologia, enfermagem e fisioterapia.