Paternidade: Waldemar Spieker acompanha o crescimento da neta

Foto Eduardo Montecino/OCP News

Por: Elissandro Sutil

12/08/2018 - 05:08 - Atualizada em: 29/05/2024 - 11:14

Na corrida em busca do presente ideal os filhos podem até esquecer do que realmente é importante, mas o pai, certamente, não esquece.

A data a ser celebrada neste domingo não faz sentido sem o amor entre o genitor e a sua prole. Melhor ainda, quando esse afeto é dividido com a neta.

É o que pensa o pai e avô Waldemar Spieker, 62 anos, professor de educação física aposentado e ex-diretor de escola. Emocionado, ele conta que não pôde acompanhar do crescimento dos filhos, Tahiana, 27, e William, 23, como gostaria.

Entretanto, hoje aproveita junto da neta, Beatriz, de 11 meses. Para ele, a experiência de ser pai é única e, embora tenha dedicado boa parte de seu tempo ao sustento da família, isso não o impediu de ensinar valores e manter-se unido aos filhos.

“Da educação deles eu pude participar mais como exemplo do que no dia a dia. Minha esposa (Jane) teve que sair do emprego e eu trabalhava de manhã de tarde e de noite para dar conta do recado enquanto ela cuidava deles”, recorda.

E como, para Spieker, muitas vezes o exemplo vale mais do que palavras, o casal conseguiu ter dois filhos “sensacionais, educados, honestos, éticos, tudo aquilo que a gente imaginou”.

O aposentado garante estar orgulhoso da educação transmitida por eles e incorporada pelos filhos. Agora, tenta passar todos esses ensinamentos para a neta, que é o xodó da casa.

Ele toma conta de Beatriz sozinho durante toda a manhã. A pequena costuma acordar entre 6h e 7h e, prestes a completar um ano, tem muita energia para liberar.

Foto Eduardo Montecino/OCP News

O avô revela que foi preciso reaprender toda a rotina com criança, desde trocar a roupa e fraldas, alimentar até brincar.

“Minha esposa ainda trabalha de manhã, então até às 13h30 é comigo, pois minha filha também trabalha. À tarde, minha esposa assume até a Tahiana voltar. Assim, estou conseguindo ser mais presente no dia a dia da Beatriz”, aponta.

Dessa experiência, ele espera, além de colaborar na formação da neta, que ela tenha no avô um grande amigo, alguém que sempre zelará pela sua saúde, alegria e bem-estar. Spieker considera que educar uma criança atualmente é mais difícil, pois os valores estão muito distorcidos. Mesmo assim, não desiste de tentar orientar da melhor maneira possível sobre “a vida lá fora”.

Ativa e curiosa, Beatriz desde muito cedo quis caminhar. E é segurando na mão do avô que seus passos ficam mais firmes e longos, nessa convivência diária de afeto e cuidados.

E sobre essa crença de que o avô é “pai com açúcar” e que a jornada com os netos é mais leve e gostosa, ele explica que é tudo verdade.

“Você consegue se doar mais, tem a responsabilidade, mas é mais tranquilo e gratificante. Ela (Beatriz) representa o recomeço”, afirma, com os olhos marejados.

A filha, Tahiana, garante que o pai é exemplo de esforço, de amor incondicional e de cuidado. Segundo contou, mesmo durante a fase em que teve que trabalhar de sol a sol para que a mãe pudesse cuidar dela e do irmão, sempre esteve presente integralmente no tempo que restava.

“Agora, com a Beatriz, está vivendo um lado diferente da paternidade com o tempo junto que não teve conosco, o que proporciona momentos de desafio, esforço, cuidado e atenção integral e muito aprendizado, brincadeiras e carinho. Complemento do amor de mãe, ele foi e é base, fortaleza e amor, agora para nós cinco: eu, Will, mamãe, Beatriz e Max (o cachorro da família)”, declara.

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Elissandro Sutil

Jornalista e redator no OCP