Espaços de debate abertos na sétima edição da ExpoMais, os painéis realizados nesta semana exploraram a inovação sob diferentes óticas. Um dos eixos principais do evento pautou as atividades, promovendo discussões sobre as relações com a saúde e os impactos aos negócios com a ampliação do uso da tecnologia.
“Conversar sobre a intersecção entre bem-estar e inovação nunca foi tão relevante, e as discussões profundas e insights compartilhados pelos painelistas reforçaram a importância dessa temática no cenário atual”, avalia Igor Drudi, mediador do painel “O bem-estar como potência de inovação”, ocorrido na terça-feira (3).
“A inovação, quando alinhada ao bem-estar, tem o poder de transformar organizações, melhorar a qualidade de vida dos colaboradores e impulsionar resultados. Assim como a busca de melhor qualidade de vida e realização passa pela inovação”, considera.
Durante a atividade, a gerente executiva do Centro de Inovação de Tecnologias para Saúde do Sesi Santa Catarina, Sendi Locks Lopes, propôs uma reflexão sobre o sistema público de saúde.
“Nos últimos anos, os planos de saúde aumentaram os custos junto às empresas acima dos indicadores de inflação. Isso causa uma preocupação: até quando vamos conseguir pagar essa conta? Se ficar impagável, a maioria dos profissionais irão migrar para o Sistema Único de Saúde, já extremamente pressurizado, subfinanciado. Qual a saída? É preciso discutir sobre isso”, alerta.
Prevenção
Responsável pelo programa de saúde da Tupy, o médico Paulo Barroso evidencia a necessidade de trabalhar na prevenção, além de fazer um diagnóstico do porquê há tantas demandas na saúde. “Por exemplo, há uma crescente demanda na saúde mental, trazida à tona pela pandemia de coronavírus. Doenças como a ansiedade e a depressão aparecem como o terceiro maior motivo de afastamento do trabalho no país”, explica.
Também representante da Tupy, Fábio Caramori pondera sobre a importância de entender como se enxerga a tecnologia e o impacto que pode trazer à saúde. “Para criar ações no sentido de incluir o colaborador na transformação digital”, indica.
Nesse sentido, Luciano Caminha Júnior, psicólogo e engenheiro eletrônico do Senai Santa Catarina, observa que há uma grande dificuldade de linguagem. “Cada profissional fala a sua língua e o conjunto não consegue se entender. Cada vez mais trabalhamos para fazer essa união entre as diferentes áreas”, comenta.
Transformação digital
Realizado na quarta-feira (4) o segundo painel abordou o tema “A transformação digital é a chave para negócios inovadores”. “Tentamos deixar o bate-papo leve, fluido, que cada um pudesse trazer a sua visão, conceito, ideias sobre transformação digital, a partir das lentes de cada empresa, de cada negócio. Acredito que conseguimos alcançar os objetivos”, coloca o mediador Fabiano Bachmann.
Gerente Nacional de Vendas da Senior Sistemas, Alessandra Balbo Di Sicco contou como os softwares de gestão desenvolvidos pela empresa colaboram nesse processo. “Dentro do agronegócio, por exemplo, essa transformação está muito evidente, tanto no campo quanto dentro do escritório e da gestão de pessoas. Esse é um processo sem volta”, opina.
Entre os desafios apresentados à Azev Inovação no início das operações estava ajudar as empresas no processo de digitalização, segundo o CEO Rodrigo Gonçalves de Azevedo. “Fomos acompanhando essa evolução e hoje atendemos as empresas que estão no digital e precisam otimizar seus processos, interligar as diferentes áreas. A transformação digital está muito ligada à sinergia”, relata.
Conexão
Diretor de Inovação e TI da Tupy, Daniel Moraes salienta que, em uma empresa desse porte, é preciso pensar transformação digital de uma forma que todos entendam, possam ser envolvidos e tocados. “Para nós, foi a montagem de um grande quebra-cabeça, com treinamento, formação de pessoas, desenvolvimento de tecnologia, plataformas etc. A mágica acontece quando as pessoas adotam as soluções”, acredita.
Diretor geral da Teltec Solutions e vice-presidente de Relacionamento da Associação Catarinense de Tecnologia (Acate), Diego Brites Ramos ressaltou também a importância do trabalho colaborativo. “O intercâmbio entre a empresa mais madura e a nascente é fundamental. Importante criar essa conexão porque a inovação acontece em uma velocidade muito grande e você não consegue absorver tudo sozinho”, argumenta.