Novo medicamento reduz risco de morte de pacientes com câncer de pulmão em 51%

Foto: Imagem ilustrativa/Pixabay

Por: Elisângela Pezzutti

05/06/2023 - 10:06 - Atualizada em: 05/06/2023 - 10:26

Um novo medicamento está apresentando resultados positivos contra o câncer de pulmão, chegando a reduzir em 51% o risco de morte dos pacientes que passaram por cirurgia ao longo de cinco anos. O anúncio foi feito por cientistas da Universidade Yale, nos Estados Unidos, neste domingo (4). Conforme o estudo, a droga osimertinib resultou em sobrevida a 88% dos voluntários que receberam o fármaco em um ensaio clínico, contra 78% que receberam placebo.

Segundo o anúncio, feito no congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), em Chicago (EUA), a droga se aplica a pacientes com um tipo específico de câncer pulmonar, relacionado a mutações no gene EGFR, que representam cerca de 25% dos diagnósticos. Os pacientes que participaram dos testes foram operados em fases relativamente precoces do tumor (estágios 1B, 2 e 3A).

O teste que apontou a eficiência da droga foi realizado com 682 pacientes em 26 países. Os pesquisadores continuam analisando os dados do ensaio clínico e novas informações sobre a capacidade da droga de bloquear a ação de tumores residuais devem ser divulgadas nos próximos meses.

Eficácia

Este foi o segundo resultado positivo anunciado para a droga. Antes, os cientistas já tinham divulgado que o medicamento era capaz de contribuir para a remissão de tumores da classe dos carcinomas de pulmão de células não pequenas, que representam 85% do total.

“Este foi o primeiro estudo global de fase 3 a demonstrar com significância estatística um benefício da sobrevida livre de doença e da sobrevida geral com o tratamento dirigido aos pacientes com mutação no EGFR em estágios de 1B a 3A”, escreveram os pesquisadores em um resumo divulgado no congresso.

Conforme o médico Roy Herbst, que liderou o ensaio clínico, é possível que a droga passe a ser utilizada como tratamento padrão. “Esses dados realçam que o tratamento adjuvante com osimertinib proporciona aos pacientes a melhor chance possível de sobrevida a longo prazo”, disse o pesquisador em comunicado à imprensa.

A multinacional AstraZeneca, responsável pelo desenvolvimento da droga, já está fazendo a sua distribuição com o nome comercial Tagrisso. A empresa também se pronunciou: “Esses resultados enfatizam a importância de diagnosticar cedo os pacientes com câncer de pulmão, testá-los para mutações no EGFR, e tratar aqueles que a possuem”, disse Susan Gailbraith, vice-presidente da empresa para a área de pesquisa em oncologia.

Sintomas mais comuns de câncer de pulmão

Tosse persistente;
Escarro com sangue;
Dor no peito;
Rouquidão;
Piora da falta de ar;
Perda de peso e de apetite;
Pneumonia recorrente ou bronquite;
Sentir-se cansado ou fraco.

Diagnóstico

O diagnóstico da doença é realizado através de exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos, de pacientes com sinais e sintomas típicos da doença (como os citados acima) ou via exames periódicos em pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento), mas que pertençam aos grupos de risco, como é o caso dos fumantes.

Não fumar, evitar a exposição a agentes químicos (como arsênico, asbesto, berílio, cromo, radônio, urânio, níquel, cádmio, cloreto de vinila e éter de clorometil), presentes em determinados ambientes de trabalho, ajudam a prevenir o câncer de pulmão.

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Elisângela Pezzutti

Bacharel em Comunicação Social pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Atua na área jornalística há mais de 25 anos, com experiência em reportagem, assessoria de imprensa e edição de textos.