O Festival Internacional de Música de Santa Catarina (Femusc), consolidado como um dos maiores eventos culturais do Brasil, chegou à sua 20ª edição neste ano. Entre 12 e 25 de janeiro, Jaraguá do Sul se transforma num verdadeiro palco de diversidade, recebendo professores de música de dez nacionalidades e músicos e estudantes de música de 27 países. Entre os destaques desta edição há 14 jovens músicos africanos vindos da Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, que conquistaram o público com suas vozes. Eles também participam das aulas de trompete, bateria, percussão, violino, contrabaixo e canto lírico.
A equipe do OCP conversou com alguns dos artistas do Coral Kilimanjaro, formado por alunos de Maputo, Moçambique, como Shayra Alice, de 22 anos, Carla Cutana, 25, Lourena Uamusse, 25, Alfredo Matine, 25, Yara da Conceição, 27, e Clismar Carvalho, 23. Todos expressaram grande entusiasmo por terem a chance de se apresentar em solo brasileiro e compartilhar sua arte com o público local.
Foto: Fábio Junkes | Coral Kilimanjaro interpreta composições africanas
A série “Vozes da África” traz canções tradicionais como “A Soul Is Like a Bird” e “Kutwanana Ka Vusikoti”, que prometem emocionar muito pelos próximos dias. Além disso, a aluna contralto Lourena Uamusse também faz o solo “Crucifixus”, do músico Antonio Lotti. A obra faz parte do texto “Crucifixus etiam pro nobis” (Ele foi crucificado também por nós), exemplo da música sacra do período barroco italiano.
Para muitos desses jovens, o Femusc representa mais que um festival, é uma oportunidade única. “É a primeira vez que saio do meu país, até da minha cidade. Estar aqui é mágico”, conta Alfredo Moisés Matine, que aproveita as aulas com professores renomados, algo que considera um marco em sua trajetória musical.
Carla Cutana também expressa sua visão sobre o evento. “O Femusc está crescendo muito lá fora, e as pessoas se empolgam ao saber que estamos aqui, representando nosso país e cultura, que merece ser lembrada”, diz.
Foto: Fábio Junkes | Os jovens fazem parte do Programa de Ópera e Canto Lírico do evento
Uma “mãozinha” do maestro
Idealizador e diretor artístico do Femusc, o maestro Alex Klein foi essencial para a vinda dos músicos africanos. Ele mobilizou a comunidade por meio de uma vaquinha online, arrecadando cerca de R$ 20 mil para viabilizar passagens e estadias. “Receber tantos estudantes do continente africano pela primeira vez é um momento significativo para o festival. A música é um idioma universal que une as pessoas”, afirmou Klein.
Yara da Conceição conta que o maestro manteve contato durante todo o processo, de fato, estendendo aquela “mãozinha” para ajudar os músicos a tornarem o sonho em realidade. “Todos aqui têm histórias ligadas à música, e o apoio e carinho do Alex foram de grande importância para a história de cada um”.
Foto: Femusc/Divulgação | Festival acontece até 25 de janeiro em Jaraguá do Sul.
Durante os 14 dias de Femusc, a música está presente não só na Scar, mas em vários pontos da cidade. Apresentações ocorridas em escolas, hospitais e praças públicas enriquecem ainda mais esse intercâmbio cultural.
O Femusc também abre espaço para gêneros como MPB e música instrumental brasileira, proporcionando uma mistura rica e acessível de estilos. “São duas semanas de arte, emoção e conexão. Venha participar!”, convida o maestro Alex Klein.
Programação desta terça-feira (21)
Série Hospital Jaraguá 11h;
Série Hospital São José, 11h;
Série Partage Shopping Jaraguá do Sul, 12h;
Série Hospital Jaraguá 15h;
Série Hospital São José, 15h;
Série Violão Plus, Scar – Multiuso 1, 18h;
Série Piano Masters, Scar – Multiuso 2, 18h;
Série Industrial Wander Weege, Scar – CineScar, 18h;
Série Partage Shopping Jaraguá do Sul, 18h;
Momento Springmann, Scar – Pequeno Teatro, 19h Com Atitude!;
Série Shows de Música Popular, Scar – Multiuso 1, 19h;
Série de Canto Lírico, Scar – Multiuso 2, 19h;
Musicalmente Falando, Scar – Grande Teatro, 20h;
Série Recitais de Câmara, Scar – Pequeno Teatro, 20h30;
Grandes Concertos, Scar – Grande Teatro, 20h30 Música de Câmara III.