O Brasil perdeu, neste sábado (30), um de seus maiores escritores e cronistas. Luis Fernando Verissimo faleceu aos 88 anos, em Porto Alegre (RS). Autor consagrado, ele enfrentava problemas de saúde nos últimos anos, após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC) em 2021, que deixou sequelas motoras. Também lidava com complicações cardíacas e com a doença de Parkinson. Recentemente, havia sido internado no Hospital Moinhos de Vento, na capital gaúcha, com princípio de pneumonia.
Nascido em 26 de setembro de 1936, em Porto Alegre, Verissimo era filho de Mafalda e do também escritor Erico Verissimo, um dos nomes mais importantes da literatura brasileira. Na adolescência, aos 16 anos, viveu nos Estados Unidos, onde aprendeu a tocar saxofone — paixão que o acompanhou ao longo da vida e o levou a integrar grupos musicais, como o Jazz 6.
Com mais de 70 livros publicados e cerca de 5,6 milhões de exemplares vendidos, Luis Fernando Verissimo se consolidou como um dos escritores mais lidos e admirados do país. Seu humor refinado, sua ironia sutil e sua capacidade de retratar o cotidiano em crônicas e contos marcaram gerações de leitores. Além da literatura, teve forte atuação na imprensa: escreveu por décadas para os jornais O Estado de S. Paulo e O Globo, e iniciou sua trajetória na Zero Hora, em 1966, como revisor, chegando a desempenhar diversas funções no veículo.
O primeiro livro de Verissimo, O Popular, foi lançado em 1973 pela Editora José Olympio, reunindo textos já publicados na imprensa. Dois anos depois, lançou a coletânea A Grande Mulher Nua, marcando definitivamente sua entrada na literatura brasileira.
Reconhecido internacionalmente, em 2003 teve o livro Clube dos Anjos incluído pelo New York Public Library entre os 25 melhores do ano. Em 2004, recebeu o Prix Deus Oceans no Festival de Culturas Latinas de Biarritz, na França. No Brasil, foi consagrado em 2013 com o Prêmio Jabuti de Ficção pela coletânea Diálogos Impossíveis.
Luis Fernando Verissimo deixa um legado imenso para a literatura e para o jornalismo brasileiro. Sua obra permanece como testemunho de sua inteligência, leveza e capacidade única de transformar o cotidiano em grandes histórias.