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Praia do Forte: Moradores se mobilizam contra demolições de imóveis

Foto: Divulgação/Amprafo

Por: Ewaldo Willerding Neto

28/04/2025 - 09:04 - Atualizada em: 28/04/2025 - 09:41

Florianópolis enfrenta um novo capítulo de tensão envolvendo a Praia do Forte. A Justiça determinou a demolição de imóveis construídos na região, e a operação está prevista para ocorrer nesta terça-feira (29). A decisão atinge residências apontadas como irregulares em área de preservação, alvo de disputa de quatro décadas entre moradores, Ministério Público e órgãos ambientais.

Neste domingo (27), dezenas de moradores se mobilizaram em um protesto pacífico para contestar a medida. Com faixas e discursos emocionados, os manifestantes pediram a suspensão das derrubadas e alegaram que muitos imóveis foram erguidos há décadas, com famílias que dependem da área para viver.

Moradores reclamam da insegurança jurídica e que isso afeta suas vidas. Entre os imóveis sujeitos a demolições estão pessoas que viveram a vida toda no local, muitas na quinta geração. “Se os Beach Clubes podem porque a gente não”. Alega seu Ivânio Alves da Luz, nascido no local onde herdou do pai, que havia herdado de seu avô, que havia herdado de seu bisavô um restaurante, hoje um mercado que sustenta ele e sua esposa Dona Meri.

Eduardo Jaques da Luz, sobrinho de seu Ivânio, vê as tentativas de retirá-los de seu habitat como especulação imobiliária. Ele também faz parte da Associação de Moradores da Praia do Forte. “Nossa gente não pode pagar pelo progresso”, lamenta.

O Ministério Público defende que as construções ocupam uma zona de preservação permanente e que sua permanência viola a legislação ambiental. Já os moradores alegam que a área foi habitada antes das restrições ambientais vigentes e que, portanto, deveriam ter seus direitos adquiridos reconhecidos.

A prefeitura de Florianópolis, que cumpre a ordem judicial, informou que está apoiando a operação com suporte logístico e segurança, mas reforçou que as ações obedecem estritamente à decisão da Justiça e que não cabe ao município rever o mérito da causa.

O clima é de incerteza. Representantes da comunidade ainda tentam reverter a decisão com recursos de última hora, enquanto famílias vivem a angústia de ver seus lares ameaçados. A operação deve começar já nas primeiras horas de terça-feira. A expectativa é de que a ação seja acompanhada por reforço policial para evitar confrontos.

A comunidade promete estar unida e em vigília desde esta segunda (28) para impedir mais essa tentativa de apagar suas memórias afetivas e o sustento de suas famílias.

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Ewaldo Willerding Neto

Jornalista formado pela UFSC com 30 anos de atuação.