A reportagem do OCP conversou com o meteorologista Piter Scheuer sobre como será este inverno e o que esperar do clima em Santa Catarina nos próximos meses. De acordo com Scheuer, o fenômeno La Niña está começando a atuar agora e diferente do que se tem ouvido falar, o inverno, que começou na última quinta-feira (20), não será rigoroso. “O que pode haver é um frio tardio, mas dentro da normalidade, com dias de temperaturas negativas que vão variar entre -1° C e -3º C na Serra Catarinense”, informa.
Chance de tornados no Oeste
Ainda conforme o meteorologista, julho e agosto, a exemplo do que ocorreu neste mês de junho, também serão secos, com pouca chuva e possibilidade de algumas tempestades severas, podendo ocorrer tornados no Oeste e chuvas mais volumosas no Centro-Leste do estado. Julho terá temperaturas próximas e acima da média, alternando frio e calor. Agosto terá temperaturas próximas da média climatológica.
Daqui até o final de agosto devem ocorrer seis episódios de geada no estado, com pelo menos duas ou três massas de ar polar. A primeira massa de ar frio com característica polar deve ocorrer ainda neste mês e, com maior probabilidade, em julho. “Setembro e outubro ficam um pouco mais chuvosos, depois teremos um verão e outono secos, com temperaturas mais amenas no próximo verão”, antecipa Scheuer.
Estiagem vai até a segunda quinzena de agosto
Um aumento no volume de chuvas deve ocorrer somente na segunda quinzena de agosto. “Nos meses de setembro e outubro, a gente terá uma anomalia de precipitação positiva, com a chuva ficando um pouco mais regular. Em novembro, a chuva vai diminuindo gradualmente até o ano que vem, de novo com um quadro de estiagem”, informa o meteorologista.
Calor fora de hora
Scheuer explica que o calor das três primeiras semanas deste mês, em que as temperaturas chegaram próximas dos 30º C na maior parte das cidades catarinenses, ocorreu devido a um bloqueio atmosférico, ou seja, uma massa de ar mais seca que acaba resultando em madrugadas e manhã amenas, frias, e tardes com um maior aquecimento.
“É uma anomalia geopotencial de temperaturas positivas, acima da média, e dias consecutivos com tempo seco e chuvas mal distribuídas. Então a gente tem um padrão de circulação atmosférica que acaba inibindo o processo de formação de nuvens carregadas e consequentemente desviando os sistemas frontais para o Oceano, restando só a manutenção do tempo mais seco”, explica.