Médico acusado de realizar aborto e colocar mulher em risco vai a júri popular em Joinville

Foto: Pexels

Por: OCP News Joinville

10/07/2023 - 19:07 - Atualizada em: 10/07/2023 - 19:29

Um médico obstetra acusado de aborto consentido, lesão corporal grave, falsidade ideológica e crime de perigo à vida ou à saúde de outrem irá a júri popular na terça-feira (11).

Os crimes, de acordo com o Ministério Público, foram praticados em outubro de 2019.

No julgamento serão ouvidas sete testemunhas, quatro a pedido do MP e três da defesa.

O caso

A denúncia da 22ª Promotoria de Justiça da Comarca de Joinville relata que, entre os dias 31 de outubro e 2 de novembro de 2019, em Joinville, uma gestante consentiu para que o réu, médico obstetra, realizasse aborto.

No entanto, segundo o MP, o procedimento foi malsucedido, pois o acusado não teria conseguido extrair completamente o feto e também teria provocado lesão grave na paciente.

Dessa forma, o aborto “tecnicamente mal executado” teria ocasionado o rompimento do útero da mulher, provocando intensa hemorragia, agravando o estado de saúde da gestante, submetendo-a a risco de morte.

Após o insucesso da realização do procedimento, no dia 3 de novembro, no período da manhã, em um centro hospitalar localizado no bairro América, o médico obstetra submeteu a mulher a uma cirurgia de laparotomia de urgência.

Foi quando o réu, visando ocultar o aborto realizado, teria informado falsamente à equipe técnica que a paciente tinha diagnóstico de gravidez ectópica, ou seja, quando o desenvolvimento do feto acontece fora do útero.

A denúncia descreve ainda que, visando esconder o crime de aborto, o acusado retirou a cabeça do feto do ventre da mãe, embrulhou-a em uma compressa e a jogou na lixeira. Momentos depois, uma das técnicas de enfermagem notou a falta de uma compressa e, ao procurá-la no lixo, encontrou a cabeça do feto.

A profissional de enfermagem questionou o réu sobre o achado, ocasião em que ele teria determinado o descarte da cabeça, violando a normativa hospitalar que determina a realização de exame anatomopatológico.

Em seguida, o réu teria inserido informação falsa na documentação da descrição da cirurgia e prontuário.

De acordo com o apurado nos autos, dias após da cirurgia realizada e em razão do agravamento do quadro clínico pós-operatório, a mulher foi submetida à nova cirurgia em um hospital estadual, localizado em Joinville.


Serviço

O que: Sessão do Tribunal do Júri

Quando: Terça-feira – 11/7

Onde: Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Joinville – Fórum de Joinville – Av. Hermann August Lepper, 980 – Saguaçu, Joinville

Horário: 9h

Público: presencial, imprensa e para o público em geral.

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