O laboratório farmacêutico Eli Lilly afirmou nesta segunda-feira (17), que um medicamento experimental chamado ‘donanemabe’ se mostrou capaz de retardar a progressão de problemas de memória e cognição em cerca de um terço dos pacientes com Alzheimer. Essa taxa dobra para 60% se o tratamento for iniciado quando os sintomas ainda são leves.
As informações foram extraídas de ensaios clínicos, apresentados na Conferência Internacional da Associação de Alzheimer, em Amsterdã, na Holanda.
Segundo os pesquisadores, o ideal é que o medicamento seja aplicado antes dos sintomas da doença se desenvolverem.
A análise completa do estudo, que envolveu mais de 1.700 pacientes, apontou que os resultados foram menos significativos para pacientes mais idosos, em estágios mais avançados, assim como para aqueles com níveis mais altos de uma proteína chamada tau, que está relacionada à progressão da doença de Alzheimer.
Diagnóstico precoce
A presidente de neurociência da Lillys, Anne White, ressaltou que as descobertas enfatizam que “a detecção e o diagnóstico mais precoce podem realmente mudar a trajetória dessa doença”.
Agora, a Lilly aguarda que a Agência de Alimentos e Medicamentos (FDA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos decida até o final deste ano se aprova o donanemabe.
Como age o medicamento
Assim como o recém-aprovado ‘leqembi’, da Eisai e Biogen, o donanemabe é um anticorpo intravenoso que remove os depósitos de uma proteína chamada ‘beta amiloide’ do cérebro de pacientes com Alzheimer.
A dra. Susan Kohlhaas, diretora executiva de pesquisa e parcerias da Alzheimer’s Research UK, afirma que “esses resultados fornecem uma confirmação adicional de que a remoção do amiloide do cérebro pode alterar o curso do Alzheimer e pode ajudar as pessoas afetadas por essa doença devastadora se forem tratadas no momento certo.