Massaranduba terá bazar e café colonial para ajudar menino com hidrocefalia, paralisia cerebral e Síndrome de West

Foto: Redes Sociais

Por: Maria Luiza Venturelli

08/03/2020 - 09:03 - Atualizada em: 28/05/2024 - 13:55

Com muita vontade de viver e um sorriso lindo, Théo é um menino de um ano e nove meses que possui hidrocefalia, paralisia cerebral e Síndrome de West. O pequeno ficou internado na UTI por sete meses e oito dias e ao longo desse tempo passou por 11 cirurgias. Ele tem atraso no desenvolvimento e ainda não consegue sustentar a cabeça, sentar sem apoio e segurar objetos. Além disso, nunca conseguirá enxergar 100%.

O menino mora com os pais Dayani e Jackson em Massaranduba e necessita de cuidados especiais 24 horas por dia, além de acompanhamento profissional. Sendo assim, desde o nascimento do filho, Dayani não teve mais como trabalhar e passou a cuidar dele em tempo integral.

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Para que a família continue nestes cuidados com tanto amor, está sendo organizado um café colonial e bazar com peças infantis, e toda a renda arrecadada será entregue a família e destinada aos cuidados de Théo.

O evento vai acontecer no próximo dia 12 de março, a partir das 14h, no Espaço Beto Eventos, em Massaranduba, e também terá música ao vivo e atrações infantis. O valor por pessoa é de R$ 25 e crianças de até 10 anos não pagam.

Mas, como começou a história de superação de Théo? No dia 23 de maio de 2021 a bolsa de Dayani rompeu, às 27 semanas de gestação. Já no hospital, ela foi submetida a uma ultrassonografia onde foi constatado uma grande perda de líquido amniótico e ela ficou em observação por cinco dias para tentar segurar a gestação.

Com o líquido muito abaixo do limite, a cesárea aconteceu no dia 29 de maio de 2021, quando Théo estava com 28 semanas, 33cm e 1,240kg. Ele foi imediatamente encaminhado a UTI neonatal e começou uma grande luta.

Teve uma hemorragia pulmonar grave, e Síndrome do Desconforto Respiratório (devido a imaturidade dos pulmões havia acúmulo de líquidos), além disso, foi necessário colocar um dreno para retirada do líquido e Théo permaneceu entubado. Desenvolveu Displasia Bronco pulmonar e Hipertensão pulmonar resistente, mesmo com o ventilador, a saturação estava sempre baixa.

Foi quando descobriram uma hérnia diafragma e ele passou por uma cirurgia para correção mas correu tudo bem, conseguiram extubar e o menino passou a usar o CPAP, um aparelho para ajudar na respiração.

Já no dia 26 de junho de 2021, foi necessário refazer a cirurgia do diafragma que voltou a ficar elevado e dificultava a respiração e Théo voltou a ficar entubado. No dia 21 de junho de 2021, ele sofreu uma hemorragia intracerebral grau IV à direita. Ela foi controlada, mas a criança contraiu uma bactéria e ficou em isolamento.

Logo em seguida, a família recebeu a notícia que o pequeno apresentava Retinopatia da Prematuridade e corria o risco de perder a visão. Recebeu uma injeção intravítrea de Bevacizumab e foi transferido para Florianópolis para fazer Laserterapia.

Théo voltou para o Hospital Jaraguá no dia 24 de agosto de 2021, quando foi transferido para a UTI Pediátrica, saiu do ventilador mecânico e passou a respirar apenas por um cateter.

O tempo foi passando e ele chorava muito e ficava muito irritado, mostrando que algo não estava certo. Foi quando os médicos descobriram que ele estava com hidrocefalia pós hemorrágica, e monitoraram o perímetro cefálico todos os dias.

A cabeça estava crescendo mais que o normal, havia muito acúmulo de líquido. Foi necessário passar por uma cirurgia e usar uma Derivação Ventrículo-Peritoneal (DVP), uma válvula implantada no crânio para aliviar a pressão do cérebro, causada pelo acúmulo de líquido.

Infelizmente, pouco tempo depois houve uma obstrução na válvula e inflamação dos ventrículos, sendo necessária outra cirurgia para substituir a DVP pela Derivação Ventricular Externa (DVE), um dreno que faz retirada do líquido infeccionado. Após 21 dias retiraram a DVE e Théo voltou a chorar muito, a história se repetia.

Foi feita uma nova cirurgia para recolocar a DVP, que correu bem, mas não impediu que uma segunda hemorragia acontecesse. Desta vez a lesão tinha sido mais grave, havia sangue dentro dos ventrículos e foi necessário a troca da DVP, o que deixou o pequeno guerreiro muito fraco e cansado.

Um dia depois ele não respondia aos estímulos, os batimentos começaram a cair, ele teve que ser reanimado e começou a fazer uso de adrenalina. A situação era grave e havia grandes chances de morte cerebral, mas felizmente ele se recuperou e começou a evoluir muito.

Por conta de outra infecção, foi necessária uma nova cirurgia para substituir a DVP pela DVE e devido a uma obstrução foi necessário novo procedimento cirúrgico, quando foi removida a DVE e ele voltou a utilizar a DVP. Depois de tantas complicações, Théo finalmente teve alta da UTI pediátrica e foi para o quarto no dia 27 de dezembro de 2021.

No dia 7 de Janeiro de 2022, mesmo fazendo uso da sonda nasoenteral para alimentação e usando o oxigênio, uma grande vitória: a tão sonhada alta.

Foto: Redes Sociais

Em 24 de Fevereiro de 2022, a criança foi diagnosticada com paralisia cerebral, começou a fazer fisioterapias e acompanhamentos médicos regularmente. Tudo estava indo bem, mas novamente foi necessária uma nova cirurgia no dia 8 de abril de 2022 para substituir o DVP, que estava com obstrução na válvula. No dia 8 de junho veio o diagnóstico de Síndrome de West (epilepsia)

É possível acompanhar mais da história pelo Instagram @odiariodetheo ou @fernandesdayani.

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Maria Luiza Venturelli

Jornalista apaixonada por contar histórias inspiradoras, formada pela Faculdade Ielusc