As construções e o percurso do rio que separam a região central de Jaraguá do Sul e o bairro Baependi também escondem um bosque com oito mil metros quadrados e mais de 200 árvores cultivadas.
O responsável por zelar o espaço de 24 mil metros quadrados desde 2004, quando adquiriu a propriedade, é o aposentado e ex-conselheiro administrativo da WEG, Moacyr Rogério Sens.
Desde criança, ele carrega consigo o amor pela natureza e acredita que para mantê-la é necessário ir além da preservação, é preciso ajudar “a construir e recuperar os estragos já causados pela ação humana”.
A propriedade é particular e não está aberta à visitação pública, mas Sens abre para algumas visitas muito especiais, caso de projetos do Instituto Rã-Bugio.

É preciso ajudar “a construir e recuperar os estragos já causados pela ação humana”, afirma Moacyr Rogério Sens | Foto Eduardo Montecino/OCP
Antes de apresentar a variedade de espécies plantadas no bosque, Sens conta que pesquisou sobre cada uma delas para escolher quais seriam acrescentadas à área, que já contava com dezenas de árvores.
O maior implemento, segundo ele, foram nas mudas frutíferas e estrutura do local. São quase cem espécies diferentes, 50 delas estão identificadas por placas. Muitas foram trazidas de outros estados por floriculturas locais.
O grande número não é um problema para o aposentado. Ele reconhece cada árvore cultivada, seus períodos de floração, peculiaridades e história.
Três delas foram plantadas no dia do nascimento de seus netos e ganham uma atenção especial. As seculares são outras que também têm um espaço reservado no coração de Sens.
“Mas as preferidas mesmo são o ipê amarelo, pela luz que consegue transmitir, e o jequitibá, que tem 1,15 metros de diâmetro e mais de 30 metros de altura”, garante.
Todos os anos, ele planta 150 mudas de ipê, que, por coincidência, foi a primeira árvore que ele plantou em sua vida. No local ainda podem ser encontradas mudas de goiabeira, tangerineira, jabuticabeira, Cássia africana, aracá, canelinha, pitanga, jambo rosa, araribá e outras.

Bosque, em localização privilegiada às margens do rio Itapocu, tem oito mil metros quadrados | Foto Eduardo Montecino/OCP
Como o bosque está localizado próximo à residência de um dos seus filhos, as frutas são aproveitadas para preparação de sucos e demais receitas. “
A bergamota é que a acaba mais rápido. Doamos muitas mudas e frutos para comunidade. Os netos brincam em meio às árvores e usufruem da área. Procuro incentivar este cuidado com a natureza”, aponta.
O aposentado brinca que já experimentou todos os frutos do bosque, alguns foram aprovados, outros não.

Local fica entre o Centro e o bairro Baependi | Foto Rafael Verch/OCP
Sens costuma visitar o local de duas a três vezes por semana. Um jardineiro permanente é quem faz a manutenção. Para o aposentado, ir ao bosque promove uma sensação de paz interior.
“Para mim, a primavera é a melhor época do ano, há flores em toda parte, as copas estão cheias de árvores, tudo funciona em harmonia”, completa.
O bosque recebe visitas do Instituto Rã Bugio e de crianças que fazem trilhas pelo local. Sens foi um dos apoiadores do arboreto construído pela WEG, propondo cerca de 90 espécies para o plantio.

Espaço conta mais de 200 árvores cultivadas | Foto Eduardo Montecino/OCP
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