Por Dyovana Koiwaski
No mês de julho, outdoors, vídeos e demais materiais publicitários serão espalhados por Jaraguá do Sul e nas redes sociais para divulgar o programa Famílias Acolhedoras, da Secretaria de Assistência Social e Habitação. O intuito da ação, de acordo com a secretária municipal Maria Santin Camello, é fazer com que mais pessoas conheçam e participem do projeto.
O programa conta hoje com dez famílias cadastradas, que recebem 12 crianças e adolescentes em suas casas. Outras 21 poderiam integrar o Famílias Acolhedoras. No abrigo do bairro Tifa Martins, ainda há nove crianças, enquanto no abrigo do Baependi são 12.
A assistente social Cristiane Beleti Medeiros, responsável pelo serviço de atendimento às famílias participantes, explica que o acolhimento feito por essas pessoas é temporário, funcionando como um abrigo para as crianças. Os participantes são acompanhados constantemente.
Para se cadastrar, elas passam por entrevista, visitas domiciliares, avaliações e cursos de capacitação. Os integrantes precisam ter mais de 21 anos, residir no município, não podem ter interesse em adotar e todos os membros das famílias devem estar de acordo com o processo, incluindo os filhos. Não há restrição de sexo ou estado civil.
O tempo de permanência da criança ou adolescente na residência depende do processo judicial de cada caso. “O acolhimento pode ser interrompido pela não adaptação com a família, encaminhamento para a adoção ou retorno para os responsáveis. Durante esse período, a família acolhedora tem a guarda judicial da criança ou adolescente”, explica a assistente.
Nos últimos anos, a quantidade de participantes no programa aumentou. “O número dificilmente passava de cinco”, aponta. O projeto foi implantado em 2005. Entretanto, segundo Cristiane, a maioria das famílias que fazem parte do programa procuraram por conta própria o serviço, por isso, a necessidade de reforçar a existência do projeto para toda a comunidade.
Sobre a criação de vínculos afetivos, Cristiane ressalta que os acolhedores têm a consciência que estão auxiliando a criança ou adolescente no momento mais difícil da vida deles. “Temos uma família que já recebeu dez crianças diferentes, por exemplo”, frisa.
A secretária de assistência social revela que os jovens que passaram pelo programa demonstraram uma melhora tanto no comportamento, quanto no rendimento escolar.
Programa de Apadrinhamento também contribui
Com o programa de apadrinhamento, também provido nos abrigos de Jaraguá do Sul, a pessoa assume o compromisso de passar um tempo com a criança, em horário e datas definidas entre os padrinhos e equipe do abrigo. O processo não requer vínculo jurídico. As crianças e adolescentes que participam são as com chances remotas de adoção, de longa permanência, com algum tipo de deficiência ou outras dificuldades.
Conforme a assistente social Cristiane Beleti Medeiros, a diferença entre o Famílias Acolhedoras e o apadrinhamento é que este é mais eventual, com encontros ou passeios em dias determinados. “Os adultos assumem a responsabilidade de ser referência para a criança”, enfatiza.
Além do afetivo, há o apadrinhamento por meio da prestação de serviços, onde profissionais (psicólogos, terapeutas e outros) realizam atendimentos individuais e coletivos no abrigo. Também tem o padrinho provedor, onde a pessoa faz pagamentos direcionados a atividades da criança, como exames médicos, viagens e compras de roupas e calçados.
O mais comum, conforme a coordenadora do abrigo no bairro Baependi, Eli Antunes, ainda é o afetivo. Seis crianças estão participando no momento, outras quatro aguardam pelos seus padrinhos. Oito famílias estão em processo de cadastramento. “O número alterna muito, de acordo com a permanência das famílias no programa”, analisa Eli.
Para se inscrever, a pessoa precisa ter idade superior aos 18 anos.
O candidato deve apresentar a documentação solicitada, passar por visitas técnicas e adequar os horários do apadrinhamento. “Oferecemos todo o suporte e explicações necessárias. Ser padrinho, acima de tudo, é um ato de amor”, frisa a coordenadora.