Mãe autista compartilha rotina dos filhos também autistas nas rede sociais

Foto: Reprodução/Redes Sociais

Por: Milena Natali

29/04/2024 - 10:04 - Atualizada em: 29/04/2024 - 10:16

A catarinense Gabriela Vier, residente de Porto Belo, é mãe de quatro crianças com espectro autista. Além disso, ela própria é autista e tem Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). A rotina e conscientização sobre o tema são compartilhados por ela no Instagram e no TikTok. Nas duas redes sociais ela já soma mais de 350 mil seguidores.

O dia a dia é “pauleira” como diz Gabriela, terapia para todo mundo, aulas de balé, acompanhamento médico, faculdade, entre outras atividades. Além disso, ela ainda arruma tempo para responder as inúmeras mensagens que chegam pelas redes sociais.

O perfil no Instagram começou para registrar a rotina de duas das filhas, Cecília e Betina, como modelos. O diagnóstico, primeiro de Cecília e depois de Betina, veio como uma libertação da família, mas um empasse na carreira.

“As agências de modelos pediam para eu não contar que elas eram autistas até para os clientes não rejeitarem elas nos trabalhos” afirma Gabriela.

Entretanto, isso foi um incentivo maior para falar sobre autismo nas redes sociais. Logo depois, um dos vídeos das gêmeas viralizou.

Depois do diagnóstico das gêmeas, veio o da filha mais velha, Mayra. A garota já fazia acompanhamento com fonoaudiólogos, mas a mãe não imaginava que a dificuldade na fala pudesse ser um sinal de autismo. Aliás, ela nem sabia que isso era uma possibilidade.

“Eu sempre notei que ela era diferente, mas as pessoas falavam que ela tinha o tempo dela, que eu estava procurando cabelo em ovo. Eu não sabia nada sobre autismo” conta.

Após Mayra, quem recebeu o diagnóstico foi Enrico, o caçula, hoje com quatro anos. Para Gabriela, o próprio diagnóstico foi uma libertação. O laudo dava um nome a tudo que ela sempre sentiu, desde nova.

“Eu me perdoei por muitas coisas. Hoje eu tenho um nome para todos aqueles sentimentos que eu tinha na infância, que eu tinha na escola, na minha adolescência, o porquê eu era tão excluída. Não, eu não sou um problema. Eu tinha um diagnóstico que ninguém conhecia, ninguém me ajudou, ninguém tinha informação. Eu tirei uma bagagem muito grande das minhas costas” completa a mãe.

 

Notícias no celular

Whatsapp