Gosto de frases daquelas que usamos entre um aperitivo e outro, uma bicadinha nos petiscos, mais os amigos, bah, nada melhor na vida. Só que a frase que acabei de ouvir veio de longe, veio da Ana Maria, a apresentadora da Globo. Ana faz muitas frases, frases que frequentemente nos passam recados, gosto disso. Quando tudo é feito com educação, respeito, ô, podemos mandar o Papa longe que vai ficar tudo bem. Com habilidade, repito. A frase da Ana, todavia, não era dessas de nos fazer olhar para o lado, mas de fazer pensar, esta: – “Não confie em tudo o que você vê. Sabes por quê? Até o sal parece açúcar”. Gostei. Aliás, o que mais vejo por aí, especialmente na arena arena política, é sal querendo se passar por açúcar. Aliás, sal é pouco, pimenta do reino mesmo… Mas todos querendo se passar de bonzinhos, de açúcar cristal… Safados. A frase da Ana, leitora, pode parecer uma simples frase, mas é psicologia da melhor qualidade. É aquela história do julgar pelas aparências ou então o que configura o chamado – mundo dos diferentes percebedores. Vemos o que queremos ver, costuma ser a nossa regência ao ver. E esse é o grande abismo a separar pessoas no casamento. Os dois se enganaram feio ou então jogaram puramente o jogo do interesse, mas aí não é amor, é sem-vergonhice. Lobo fantasiado de cordeiro, quantas vezes já ouvimos isso? E a cada eleição é um erro atrás do outro, muitos votam só por obrigação e outros,maioria, votam por seus interesses. O caráter do candidato vagabundo, ah, isso não interessa. – “Interessa é que vou ganhar e poder debochar dos meus “inimigos”, dizem os levianos do voto irresponsável”. Dá nisso que se chama Brasil, gente ou confundindo ou pegando de modo consciente sal por açúcar. Volto aos casamentos. Maior parte dos casamentos alicerça-se em equívocos, equívocos gerados pela ânsia de ficar com ela ou ele, sem nenhum escrúpulo de descobrir antes o caráter da figura. E como todo mundo quer se passar por açúcar antes de pegar o abobado, ele ou ela, dá nisso que anda por aí, casamentos de curta duração ou de longo sofrimento. Gente boa e que ama de verdade é açúcar, o mais é sal, sal grosso, infeliz maioria.
BOBÕES
Há de fato bobo para tudo. E isso é uma boa chance de fazer dinheiro. Quantos acreditam em histórias da carochinha, acreditam em astrologia, jogo de búzios, cartas, tudo… Tudo fora dos trilhos da razão, da ciência, das provas, enfim. Saio de um supermercado em Florianópolis e um sujeito me dá um folheto. No folheto a cara do “mago”, um barbudão que se diz especialista em astrologia empresarial. Pode isso? Pode, o que mais anda por aí são “ingênuos” crentes e desesperados.
RECEITAS
Há mulheres que seguem receitas para casar, fazem jogadas de todo tipo ou mesmo pedem ajuda a Santo Antônio… Mas há também a “receita” para mulheres não casar, ei-la: Conquistem um diploma, tenham uma carreira profissional bem assentada, sejam empreendedoras, financeiramente independentes, tenham ideias próprias e boa autoestima, bah, é tiro certo, não casarão… Os machinhos dão no pé, temem a essas mulheres como o diabo à cruz…
FALTA DIZER
Cheguei a conviver com ele nos corredores do Correio do Povo, em Porto Alegre, Mário Quintana, o poeta. Mário dizia, num poema: “Não te abras com teu amigo/ Que ele outro amigo tem/ E o amigo de teu amigo/ Possui amigos também”. Quer dizer, não confiar nem nas paredes…