Se você reside em Jaraguá do Sul há algum tempo, certamente já ouviu falar de Walter Carlos Hertel: nascido no dia 15 de dezembro de 1922, ele atuou com destaque na cultura, no esporte e no comércio por décadas. E também cruzou o oceano, pegou em armas e lutou na Segunda Guerra Mundial contra os nazistas pela Força Expedicionária Brasileira.
E agora parte dessa vida fantástica ganha um registro memorável: a publicação de “Diário da Segunda Guerra Mundial” (Design Editora, 198 páginas) de Walter Carlos Hertel, que foi organizado por Dionara Radünz Bard e traz a transcrição integral de seus diários, fotografias e mais alguns complementos, como quando revisitou os locais de combate décadas depois, e o prefácio do jornalista Flávio José Brugnago.
Os diários são um patrimônio da história do Brasil na Segunda Guerra Mundial e têm uma história curiosa: durante os dias no front italiano, Hertel parou de escrever seus diários e entregou os cadernos ao cozinheiro do pelotão, pois imaginou que não fosse retornar da guerra. Ele pediu que os diários fossem entregues para seus pais. Cinco anos após o término da guerra, o cozinheiro cumpriu a promessa e veio pessoalmente entregar os diários.
Hertel embarcou no dia 29 de junho de 1944 no navio General Mann, no Rio de Janeiro, e duas semanas e meia depois desembarcou no porto de Nápoles, no Sul da Itália. De lá foi subindo com a Companhia em direção ao Norte, até chegar no front, nas regiões de Lucca e Toscana. Foi soldado mensageiro, intérprete e escapou da morte algumas vezes. Em 18 de julho de 1945 voltou ao Brasil.
O lançamento do livro será para convidados na noite de quinta-feira (15), na Sociedade Cultura Artística(Scar), em Jaraguá do Sul. O livro não será vendido, mas sim distribuído gratuitamente aos amigos, familiares e doado para escolas e bibliotecas.
Cidadão Benemérito em 2019
Walter Carlos Hertel contribuiu com sua parcela de trabalho e apoio à comunidade de Jaraguá do Sul, fato que lhe rendeu a comenda de Cidadão Benemérito em 2019. Foi membro-fundador de diversas instituições na cidade, como da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Sociedade Cultura Artística (Scar), Clube de Bolão Az de Ouro, Clube Atlético Baependi e Associação dos Amigos do Museu da Paz (AAMPAZ).
E como relojoeiro por formação e gestor autodidata, Hertel administrou um dos mais tradicionais comércios da região, a relojoaria W. Hertel, fundada pelo pai em 1924, depois seguindo no ramo ótico, atividade a qual se dedicou até a venda do comércio em 2007. Paralelamente, administrou e geriu os imóveis da família, ampliando os empreendimentos.