A leitura é uma das principais formas de aquisição de conhecimento, mas o meio utilizado, papel ou tela, pode influenciar significativamente a compreensão e a retenção de informações. Estudos científicos e experiências práticas apontam diferenças relevantes entre esses dois formatos, especialmente no que diz respeito à eficácia da aprendizagem.
1. Processamento cognitivo e memória:
Pesquisas indicam que a leitura em papel tende a facilitar uma compreensão mais profunda e uma melhor fixação do conteúdo. Um estudo publicado na revist, Educational Research Review (2018) mostrou que, embora a leitura digital seja mais rápida, a retenção de informações é menor em comparação ao papel. Isso ocorre porque o texto físico oferece referências espaciais, como a localização de parágrafos e páginas — que auxiliam na memorização. Já na tela, a linearidade e a rolagem contínua dificultam a criação de “âncoras” mentais.
2. Distrações e sobrecarga cognitiva:
A leitura digital está frequentemente associada a interrupções, como notificações, hiperlinks e anúncios, que fragmentam a atenção. Um relatório da American Psychological Association (2021) destacou que mesmo leitores experientes tendem a apresentar um processamento mais superficial em telas, escaneando o texto em vez de se engajarem profundamente. No papel, a ausência de distrações externas permite um foco mais sustentado, essencial para a construção do conhecimento.
3. Fadiga visual e comodidade:
A exposição prolongada a telas pode causar fadiga ocular devido à luminosidade e ao brilho, reduzindo o tempo de leitura produtiva. O papel, por sua vez, reflete a luz ambiente de maneira mais natural, proporcionando maior conforto. No entanto, a praticidade do digital, como acesso instantâneo a livros e artigos, torna-o vantajoso para consultas rápidas e pesquisas amplas.
4. Contextos de uso e objetivos:
Para estudos aprofundados, revisões e memorização, o papel se mostra superior. Já o digital é mais eficaz para buscas rápidas, atualizações frequentes e textos curtos. A escolha do meio ideal depende do propósito: se o objetivo é a fixação duradoura, o papel é mais eficiente; se a prioridade é acessibilidade e dinamismo, o digital ganha espaço.
Enfim, embora a leitura digital seja indispensável na era da informação, evidências sugerem que o papel (jornais, livros, revistas) oferece vantagens cognitivas significativas para a aprendizagem profunda. A combinação dos dois formatos, adaptada às necessidades do leitor, pode ser a estratégia mais equilibrada. No entanto, quando o foco é a fixação e a construção sólida do conhecimento, o papel segue firme se destacando como o meio mais eficaz.