Em 13 de julho, um jovem de 23 anos, identificado como Giuseppe Russo, faleceu em Bari, Puglia, Itália, após ser picado por uma aranha-violinista. A informação foi divulgada pela agência de notícias italiana ANSA no último sábado (17). Russo foi picado na perna direita enquanto trabalhava no campo em Collepasso, na província de Lecce. Inicialmente, ele acreditava que a picada era de um mosquito, mas a ferida se agravou, resultando em dor intensa, abscessos e necrose na perna. Segundo a ANSA, a causa da morte foi choque séptico e falência múltipla de órgãos.
O que é a Aranha-Violinista?
A aranha-violinista, com nome científico Loxosceles reclusa, é nativa dos Estados Unidos e pode representar um risco para a saúde humana. Esta aranha tem cor marrom, mede cerca de 9 milímetros de comprimento e possui pernas longas. Caracteriza-se por uma marcação em forma de violino no cefalotórax, o que originou seu nome popular.
A aranha-violinista é comumente encontrada em ambientes rurais, como entre pedras, tábuas e troncos mortos. Em áreas urbanizadas, pode se abrigar em rachaduras em paredes, telhas, tijolos e móveis, preferindo locais quentes e secos. Geralmente, ela é noturna e constrói teias irregulares.
A picada de uma aranha-violinista pode causar lesões significativas na pele, que muitas vezes se tornam necróticas, ou seja, causam a morte das células da pele. No entanto, reações graves são raras. De acordo com a Universidade Estadual da Pensilvânia, cerca de 90% das picadas não resultam em reações severas, levando apenas a uma pequena pápula vermelha que cicatriza sozinha.
Quando ocorrem lesões necróticas, elas podem se desenvolver ao longo de duas semanas, com a pele ao redor da picada tornando-se preta, seca e descamando. Essas lesões podem levar de dois a quatro meses para cicatrizar completamente. A necrose da pele é mais comum em pessoas obesas devido ao maior grau de destruição do tecido adiposo mal vascularizado. Menos de 1% das picadas resultam em sintomas graves, como anemia hemolítica e lesão renal aguda, sendo mais frequentes em crianças e representando risco de vida entre 12 e 36 horas após a picada. Portanto, esses casos devem ser tratados como emergências médicas.
Presença da Aranha-Violinista no Brasil
Sim, a aranha-violinista também está presente no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, as aranhas do gênero *Loxosceles*, incluindo a aranha-violinista, são de importância para a saúde pública devido ao potencial de causar acidentes. O tratamento para picadas é feito com antiveneno SALoxA (soro antiloxocélico) e SAArB (soro antiaracnídico).