A tão esperada Tocha Olímpica está chegando a Jaraguá do Sul. O revezamento que iniciou no dia 3 de maio já percorreu diversas cidades brasileiras e chega ao município no dia 13 de julho, quando 35 “sortudos” terão a oportunidade de carregar por 200 metros, um dos maiores símbolos olímpicos.
O trajeto já está definido. Com um comboio de 18 veículos, a Tocha partirá do Centro Cultural da Scar às 9h15 e percorrerá as ruas Jorge Czerniewicz, Epitácio Pessoa, Bernardo Grubba, Getúlio Vargas, Marechal Deodoro da Fonseca, João Planincheck, Expedicionário Antônio Carlos Ferreira e Gustavo Hagedorn. Serão aproximadamente 1h25 de revezamento até chegar a Arena, por volta das 10h40, onde permanece por 15 minutos e segue viagem até São Francisco do Sul.
“É um reconhecimento pelo trabalho que viemos fazendo no âmbito esportivo. É uma honra e gratidão receber a tocha, principalmente por ser próximo do aniversário da cidade (25 de julho)”, afirmou o diretor da Fundação Municipal de Esportes e Turismo (FME), Alessandro Buozi Martins.
Para este dia histórico, a comissão organizadora do revezamento em está preparando diversos eventos na Arena. Um deles é o Encontro de Polos do Projeto Evoluir, de Vôlei, e do projeto A Bola da Vez, de Basquete, que incentivam a iniciação esportiva nas escolas e deve reunir mais de mil crianças e adolescentes no local. Além disso, será realizado um festival de tênis de mesa aberto aos interessados, torneio de caratê, judô, xadrez, além de brinquedos do Sesi e apresentações culturais.
Os patrocinadores oficiais do evento divulgaram uma lista prévia com 20 dos 35 condutores da Tocha em Jaraguá do Sul. Alguns dos nomes que marcaram história e ajudaram a alavancar o esporte jaraguaense foram escalados para a missão. Airton Schiochet, do basquete, Teo Meyer, do tênis, Benhur Sperotto, do vôlei, Cornelia Caglioni, do Atletismo, e Silvio Ewald, do ciclismo, conversaram com a reportagem do O Correio do Povo e não esconderam a satisfação de poder carregar este grande símbolo dos Jogos Olímpicos.
A chama olímpica, um dos grandes símbolos dos Jogos Olímpicos, é uma referência ao fogo que queimava em homenagem à deusa Hera durante os Jogos de Olímpia e surgiu em 1928, nos Jogos de Amsterdã. A primeira pira olímpica manteve o fogo aceso durante toda a duração da Olimpíada.
A chama passou a ser acesa com a corrida da Tocha na abertura dos jogos de Berlim, em 1936. Na ocasião três mil corredores carregaram o símbolo até o estádio olímpico da cidade, tudo calculado para que a chegada coincidisse com o exato momento da festa.
O ritual foi criado para estabelecer um elo entre os jogos da antiguidade e os jogos contemporâneos. A chama olímpica representa a pureza da eterna juventude. Serve de ligação entre o berço das Olimpíadas na Grécia e as cidades que sediam os jogos até hoje.
A Tocha Olímpica é acesa em uma cerimônia nas ruínas de Olímpia, na Grécia. Raios de sol refletidos por um espelho dão origem à chama. Mulheres vestindo túnicas, no estilo grego antigo, conduzem todo o ritual e passam a Tocha ao primeiro corredor. Depois o fogo segue para o país sede dos jogos. Essa tradição é mantida desde os Jogos de 1952, em Helsinque.
Hoje, o basquete de Jaraguá do Sul é uma referência no Estado quando o assunto é a formação de atletas. E todo este sucesso se deve a um jaraguaense que foi um dos principais responsáveis por idealizar e ajudar no crescimento da modalidade no município. Mesmo iniciando a carreira esportiva no atletismo e ginástica olímpica, Airton Schiochet, de 55 anos, dedicou grande parte da sua vida ao esporte da bola laranja. Conhecido por todos como professor Ito, ele incentiva a prática do basquete em Jaraguá do Sul há 35 anos, sendo um dos grandes precursores do projeto A Bola da Vez, que atende milhares de crianças em polos espalhados pelas escolas da cidade, além de ser um dos fundadores da Associação Jaraguaense de Basquetebol (Ajab). “A Tocha Olímpica é um grande símbolo das Olímpiadas e estou muito contente em ter a oportunidade de carregá-la na cidade onde me dediquei ao esporte. É uma expectativa enorme e acredito que é um reconhecimento por um cidadão que é de Jaraguá e tem uma história no esporte. Então estou muito orgulhoso”, disse.
Apaixonado por tênis desde jovem, Teo Meyer é um dos principais contribuintes para o desenvolvimento da modalidade em Jaraguá do Sul. Há cerca de dois anos, ajudou na idealização de um projeto comunitário no Clube Atlético Baependi, dando aulas a crianças carentes, além de ajudar na divulgação do esporte. Como atleta, participou de diversos campeonatos locais e estaduais, sendo, inclusive, campeão estadual em três oportunidades. Hoje, aos 51 anos, continua jogando nos torneios promovidos pela ATJ (Associação dos Tenistas de Jaraguá do Sul e região) e reúne mais de 60 troféus na sua carreira. “A satisfação de carregar a Tocha Olímpica, é imensa. Ainda mais que foi atribuída ao esporte que prático e faz parte da minha vida. É um momento de alegria, orgulho e satisfação. Cada dia que passa aquele frio na barriga aumenta. É algo que vai marcar para sempre e gostaria que essa alegria, espalhasse a toda população deste Brasil. E graças a minha dedicação ao tênis, essa oportunidade de ser um condutor olímpico, é uma recompensa mais especial”, destacou.
Ao se inscrever na Escolinha de Atletismo do Baependi, em 1980, Cornelia Holzinger Caglioni começou a escrever seu nome na história Competidora em provas como provas de 100m e 400m com barreiras, 400m rasos, ela foi eleita Personalidade do Século 20 por sua excelente performance atlética. Como se não bastasse, foi condecorada com a medalha de Atleta do Século da nossa região. Nos Jogos Abertos de Santa Catarina, conquistou 25 medalhas de ouro, três de prata e duas de bronze. Detém recordes estaduais e do JASC. No Troféu Brasil de Atletismo, a maior competição entre clubes da América Latina, foi quatro vezes medalha de ouro, entre outros títulos. Aos 52 anos, Cornelia dá aulas de educação física no município. “Encerrei a carreira e posso dizer que conquistei tudo que queria e até mais do que imaginava, mas sempre ficou aquele sentimento de não ter chego a uma Olimpíada. Mas hoje estou realizada completamente por poder conduzir a Tocha”, apontou.
Com 56 anos dedicados ao esporte, Benhur Rosado Sperotto iniciou carreira como atleta no Rio Grande do Sul, mas começou a ganhar destaque em Chapecó, onde permaneceu por 25 anos e ganhou inúmeros títulos estaduais como jogador, técnico e coordenador. Em 2001, se transferiu para o município para iniciar um projeto do zero. Passados quinze anos, o ‘Evoluir’ se tornou uma das ações sociais mais renomadas de voleibol do país, além de transformar Jaraguá do Sul em uma das principais potências do esporte. Após uma trajetória de conquistas dentro e fora das quadras, recebendo o mérito esportivo do Estado e título emérito da Confederação Brasileira de Voleibol, o profissional de 68 anos atua, hoje, como coordenador técnico na FME. “É um coroamento de uma vida toda dedicada ao esporte. Participei das Olímpiadas de 1976 e 1980, mas agora sendo no Brasil é uma satisfação enorme poder ser um dos condutores. A minha família está toda eufórica e me sinto realizado como desportista”, afirmou.
Um dos principais nomes da história do ciclismo jaraguaense, Silvio Roberto Ewald iniciou as atividades esportivas com 14 anos de idade, quando Jaraguá do Sul sediou os Jogos Abertos de Santa Catarina, em 1980. Desde lá, aquilo que começou como um hobby virou uma paixão. Com a evolução técnica, ele passou a se destacar na modalidade ao ser campeão brasileiro, vice-campeão dos Jogos Pan-Americanos da Venezuela, em 1983, além de faturar inúmeras medalhas de ouro em competições catarinenses. Nas temporadas 2014 e 2015 foi presidente do Conselho Municipal de Esportes e ajudou no crescimento do esporte na cidade. “Sou uma das pessoas que tem desde pequeno essa vontade de ter o esporte como um objetivo de vida. Então, sinto-me honrado demais por poder ser escolhido como um dos condutores da Tocha”, declarou.