Inovação: jaraguaense cria aplicativo e conquista 3° lugar no Desafio LED 2023, promovido pela Fundação Roberto Marinho

Foto: Arquivo pessoal

Por: Elisângela Pezzutti

23/06/2023 - 16:06 - Atualizada em: 23/06/2023 - 16:34

O jaraguaense Eurico Luiz Volpi, 26 anos, acadêmico do terceiro período de Gastronomia da Univille, foi um dos mais de 2 mil estudantes universitários de todo o Brasil que se inscreveram no Desafio LED – Me dá uma luz aí! 2023, promovido pela Fundação Roberto Marinho no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. Do total de inscritos, apenas 80 foram selecionados para competir.

Com a pergunta “Qual parte do teu mundo educacional precisa de mais conexão?”, a competição desafiou os acadêmicos a apresentar soluções criativas para problemas enfrentados no dia a dia de suas jornadas educacionais. Os 80 projetos passaram por mentorias coletivas e novas resubmissões. Tiveram etapas de criação de modelo de negócios, depois protótipo e construção de storyteeling ministradas pela MasterTech. Os 10 projetos finalistas passaram pela apresentação de um pitch online e, depois, os 5 selecionados foram apresentar o pitch ao vivo no Rio de Janeiro.

O resultado foi divulgado no dia 17 deste mês, quando então Eurico soube que, entre tantos concorrentes, havia conquistado o terceiro lugar com o aplicativo que desenvolveu: o uni.lauch, uma plataforma colaborativa que facilita a conectividade entre os estudantes.

A ideia de Eurico ao criar o aplicativo foi desenvolver um ecossistema educacional integrado e colaborativo, promovendo a troca de conhecimentos e habilidades entre alunos da mesma instituição, tendo a validação de horas complementares como moeda de troca. Com o app é possível conectar alunos de todas as áreas, transformando as trocas de conhecimento em certificados de horas complementares.

“Uma troca de serviços e conhecimentos, que pode acontecer de várias formas, através de pesquisa, monitoria ou uma mentoria antes de uma prova, um veterano ajudando um calouros com uma matéria difícil, por exemplo. Dessa forma, os estudantes terão suas horas de forma coletiva e enriquecedora”, explica Eurico.

Eurico (primeiro à esquerda) com colegas do curso de Gastronomia da Univille | Foto: Arquivo pessoal

O júri e a premiação

Fizeram parte do júri o presidente da Invest.Rio, agência de atração e promoção de investimentos da prefeitura do Rio de Janeiro, Alexandre Vermeulen, a empreendedora e fundadora da Barkus, Bia Santos, a empreendedora e fundadora da Me Poupe!, Nathalia Arcuri, e a pedagoga e ativista pela educação, Wesla Monteiro.

Os projetos foram avaliados com base em critérios como inovação, aplicabilidade, impacto social e viabilidade. No encontro, comandado pelo apresentador Marcos Mion, os finalistas tiveram que apresentar suas soluções no palco do LED Inspira, no auditório do Museu do Amanhã, de modo a convencer os jurados sobre a relevância e eficácia de suas ideias.

No total foram distribuídos R$ 300 mil reais em prêmios, divididos entre as ideias vencedoras. Como terceiro colocado, Eurico recebeu R$ 60 mil.

Ampliando horizontes

Eurico conta que ficou sabendo do desafio por acaso numa propaganda na TV e que fez sua inscrição nos últimos dias. Porém, conversando com ele percebe-se o quanto o seu espírito inquieto combina com a busca pela inovação e novos conhecimentos. “Sabe quando uma criança vai para uma feira de profissões e fica admirada com todas as possibilidades? Eu era essa criança na faculdade, via aquele monte de gente, mas ninguém se comunicava. Só conversávamos direito com as pessoas do nosso curso, e eu achava isso muito limitante. Sempre fui curioso e gosto de aprender coisas novas”, declara.

“E o aplicativo nasce dessa necessidade de interação entre alunos. Eu queria uma plataforma onde pudéssemos trocar conhecimentos e habilidades. É incrível pensar em tudo o que pode acontecer em uma universidade, e que não acontece por falta de conexão. Conectar estudantes é viabilizar uma revolução educacional”, acredita.

“Estamos falando de educação, onde toda ideia é bem-vinda. O aplicativo ganhou uma versão 2.0. e eu percebi que as oportunidades vinham de conexões de habilidades, e que toda a ‘mão de obra’ para colocar uma ideia em prática está dentro das universidades”, finaliza.

Exemplos práticos da funcionalidade do app uni.lauch nas palavras de Eurico Volpi

Passar pelo portão da universidade e se deparar com uma multidão é uma experiência única. Sempre que isso acontece eu penso: onde mais estaremos cercados por tantas pessoas incríveis? Engenheiros, advogados, designers especializados em diversas áreas, educadores de diferentes vertentes e muito mais. Essa convivência será constante por pelo menos 4 anos. São mais de 1600 horas que dedicamos à faculdade, entre aulas e atividades acadêmicas. Além disso, cumprimos pelo menos mais 5% desse tempo em horas complementares.

Mas, e se unirmos todos esses estudantes para aproveitar melhor essas horas? Esse é o objetivo do meu projeto: desenvolver um ecossistema educacional integrado e colaborativo, promovendo a troca de conhecimentos, habilidades e experiências entre alunos da mesma instituição, utilizando a validação de horas complementares como moeda de troca.

Por exemplo, o Lucas é um acadêmico de Design e em seu TCC fez um estudo sobre como o design influencia padrões de consumo, e para enriquecer o trabalho, ele gostaria de uma planta 3D de uma loja para exemplificar seu estudo. O Lucas pode lançar a demanda dele no feed da aba Explorar da uni.lauch. Vamos supor que navegando nesta aba, a Andressa, acadêmica de Arquitetura, viu a demanda do Lucas e se interessou. Com um clique, ela informa a quantidade de horas necessárias para desenvolver a planta, e essa solicitação é enviada para a coordenação do curso dela aprovar. Aprovado, ela desenvolve e entrega a planta para o Lucas dentro do app e dessa forma já valida suas horas complementares. Resultado: o Lucas enriqueceu o seu trabalho de TCC e a Andressa gerou portfólio.

E se Lucas precisar aplicar uma pesquisa para o mesmo TCC com alunos de Nutrição? Nosso fórum é o lugar perfeito pra isso! Ele pode criar tópicos de discussão para o seu próprio curso, tópicos gerais ou para grupos de cursos específicos, como o de alunos de Nutrição.

Ir para a faculdade é um evento, e é só acessar nosso Descobrir para ter certeza. Ele reúne tudo o que acontece na universidade em um lugar só. Você aprende muito mais quando fura a bolha do seu curso.

Agora vem a minha parte favorita: A Ana cursa Economia e tem uma ideia interessante para um aplicativo de gerenciamento de finanças estudantis. Ela conseguiu transformar essa ideia em um projeto tangível aproveitando as bibliotecas de conteúdo e apoio da uni.launch. Agora, Ana está ansiosa para iniciar o projeto e encontrar pessoas que acreditam na importância do aplicativo. E o mais legal, a equipe da Ana pode estar na sala do lado da faculdade, que tem programadores, designers de experiência de usuário, alunos de Marketing… então a Ana lança o projeto em nossa aba de Equipes, recebe as candidaturas e seleciona a equipe dela.

Não é incrível, pensar nisso tudo acontecendo em uma universidade?

Para fazer mais sentido ainda, vou usar um exemplo prático de conexão que mudou a forma como a gente se relaciona com o conhecimento até os dias de hoje: o ano era 1995 e dois acadêmicos de doutorado se conheceram e, num projeto de pesquisa, criaram um mecanismo de buscas online – o BackRub, que em 1998 virou o Google.

Pode parecer pretensioso usar o Google como exemplo, mas não é sobre o Google, é sobre dois acadêmicos que se conectaram na universidade e desenvolveram a 3ª empresa mais valiosa do mundo.

Todas essas experiências universitárias são verdadeiramente transformadoras para o desenvolvimento dos estudantes. Elas não fornecem só conhecimentos valiosos em diversas áreas, mas também desencadeiam uma jornada de descobertas e inspirações. É nesse ambiente que novas ideias ganham vida, perspectivas se expandem e o potencial de cada indivíduo é desenvolvido.

Então, vamos unir nossas habilidades e transformar a experiência universitária em algo extraordinário?

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Elisângela Pezzutti

Bacharel em Comunicação Social pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Atua na área jornalística há mais de 25 anos, com experiência em reportagem, assessoria de imprensa e edição de textos.