Clique aqui e receba as notícias no WhatsApp

Whatsapp

Infância à moda antiga: brincadeiras que marcaram gerações em Jaraguá do Sul

Foto: Freepik

Por: Maria Luiza Venturelli

16/06/2015 - 14:06 - Atualizada em: 16/06/2025 - 14:19

Antes dos celulares, da internet e das telas coloridas, a infância em Jaraguá do Sul era vivida na rua, no quintal e nos pastos abertos.

Nos anos 1950, o que hoje poderia ser chamado de “infância raiz” tinha regras simples: brincar era direito garantido, mas só depois de ajudar em casa e fazer a lição da escola.

A jaraguaense Neca Kanzler, que nasceu em 1954 e morava no bairro Vila Lenzi, relembra como era a rotina das crianças na época.

“Meus pais ensinaram que primeiro era preciso ajudar no trabalho de casa e fazer a lição da escola para então poder brincar com outras crianças”, conta.

O depoimento dela ajuda a resgatar a memória de uma geração que cresceu em contato direto com a natureza, convivendo com vizinhos e criando os próprios brinquedos.

Foto: Freepik

Com ruas de terra e pouco movimento de veículos, o espaço urbano era seguro para as brincadeiras coletivas.

Era comum ver grupos de crianças espalhados pelas calçadas jogando amarelinha, esconde-esconde, pulando corda ou brincando de “morto-vivo”, brincadeiras que de acordo com Neca eram algumas das preferidas da época. Sem brinquedos industrializados ou eletrônicos, a regra era improvisar.

“Não tínhamos brinquedos, então nosso espaço era num pasto com muito verde e com pés de frutas. Na rua também dava para brincar, pois tinha pouco movimento”, conta Neca.

Para muitos, as árvores frutíferas serviam tanto para saciar a fome quanto para servir de esconderijo ou ponto de encontro para as travessuras do dia.

As brincadeiras nasciam do momento e da colaboração entre os colegas, e nem sempre havia consenso. “A gente inventava brincadeiras e era muito engraçado, pois todos queriam dar suas opiniões”, recorda. Mas, no fim, a diversão prevalecia.

Foto: Freepik

Para Neca, além das brincadeiras, o estilo de vida daquele tempo também contribuiu para uma infância considerada mais saudável por quem viveu aqueles tempos.

“As crianças de hoje deveriam conhecer todas as brincadeiras da época, pois naquele tempo elas eram mais felizes, divertidas e com mais saúde”, opina.

Ela acredita que a alimentação natural, o contato com a terra e a vivência ao ar livre influenciavam diretamente na saúde e na forma como as crianças percebiam o mundo ao redor.

“A comida era mais saudável, nós comíamos mais frutas que eram colhidas direto do pé. Doces só podíamos comer quando era uma data comemorativa”, complementa.

Hoje, em meio a tanta tecnologia e compromissos acelerados, as lembranças da infância à moda antiga relembram um tempo em que o ato de brincar era simples, coletivo e profundamente conectado com a vida ao redor.

Resgatar essas memórias é também refletir sobre o valor da infância vivida com liberdade, criatividade e afeto, marcas de uma geração que aprendeu muito antes mesmo de entrar na escola.

Clique aqui e receba as notícias no WhatsApp

Whatsapp

Maria Luiza Venturelli

Jornalista formada pela Faculdade IELUSC, especializada em conteúdo publicitário, cultura e entretenimento.