Uma equipe de enfermeiras assistenciais do Hospital Municipal São José de Joinville implantou um projeto que resultou na melhora da incidência de lesão por pressão em pacientes na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Com o nome de “Inovação em segurança do paciente – lesão por pressão”, o programa diminuiu e tratou as lesões por meio do monitoramento e de intervenções de enfermagem desenvolvidas para diminuir os índices desse tipo de ocorrência.
“Havia alta incidência de lesão por pressão em pacientes na UTI que ficam acamados por um longo período e apresentam problemas graves como a falta de mobilidade. A circulação sanguínea muitas vezes ficava prejudicada o que abria feridas em locais com proeminência óssea”, explicou uma das enfermeiras da equipe Luiza Helena Cardoso Silva.
A lesão por pressão pode prolongar o período de internação e gerar mais custos ao tratamento e pode tornar-se uma porta aberta para mais infecções. A iniciativa da implantação do projeto surgiu no Núcleo de Segurança do Paciente com apoio dos profissionais da UTI e da residência multidisciplinar. Integravam a equipe na época as enfermeiras Cristina Teixeira, Renata da Silva Laurett, Luiza Helena Cardoso Silva e Muriel Marine Delmonego.
O grupo passou a monitorar e, a partir daí, desenvolver cuidados e intervenções de enfermagem para diminuir os índices de lesões. As lesões são classificadas de 1 a 4, de acordo com a gravidade. A 1 deixa a pele avermelhada, a partir daí a pele rompe, a lesão passa a ter mais profundidade e chega a alcançar tecidos, tendões e a parte óssea.
A equipe implantou melhorias de material. E conseguiu a doação e compra de um guincho elétrico para melhor mobilização do paciente. Antigamente, a mobilização era feita de forma braçal. Outra iniciativa foi a priorização da mudança de decúbito a cada duas horas: a equipe vira o paciente para os lados direito, esquerdo e dorsal. Os profissionais passaram também a hidratar diariamente a pele dos pacientes.
Eles passaram a adotar o uso de coxins (almofadas) para aliviar a pressão e descomprimir cotovelos e pés, por exemplo. E tudo foi documentado e passou a existir um fluxograma de cuidados sob responsabilidade dos enfermeiros. Os enfermeiros passaram a realizar uma avaliação clínica diária de todos os pacientes e passaram a prescrever os cuidados para cada um. É a chamada SAE (Sistematização da Assistência de Enfermagem). O projeto contou também com a ajuda e a participação da residência multiprofissional da Terapia Intensiva, como dos residentes de Nutrição, Farmácia, Fisioterapia e Enfermagem.
Resultados
Em um ano de projeto, os registros de lesões classe 1 caíram de 59 para 36. E os de classe 4, foram de 19 para nenhuma ocorrência. O projeto foi finalista na 2ª Mostra de Experiências Exitosas na Saúde. “Conseguimos bons resultados, melhora na qualidade da assistência e na segurança dos pacientes, além disso, a equipe se sentiu valorizada e participativa”, conta Luiza. A SAE agora vem sendo multiplicada nos demais setores do hospital.