Maus tratos contra animais é uma atitude que pode ser enquadrada como crime ambiental. Nas últimas semanas, equipes da Fundação Jaraguaense de Meio Ambiente (Fujama) se depararam com uma situação, no mínimo, cruel: pelo menos três ocorrências atendidas envolviam sapos que tiveram suas bocas coladas. Os anfíbios também tinham resíduos de cola nas patas e nos olhos.
Com muito cuidado, os profissionais da Fujama conseguiram remover a substância e os sapos foram devolvidos ao meio ambiente. O biólogo Christian Raboch Lempek, que trabalha na instituição, denunciou tal prática em suas redes sociais, “A gente recomenda à pessoa que encontrar um animal nesta situação que faça um boletim de ocorrência na delegacia mais próxima para que a polícia possa investigar o caso”, explicou.
A pena por esse tipo de crime vai desde multa de um a 40 salários mínimos por animal, até a prisão em casos extremos. Na esfera penal, o crime é previsto pelo artigo 32 da lei nº 9.605, com alteração da lei nº 14.064/2020, prevendo pena de reclusão de dois a cinco anos, multa e proibição da guarda (no caso de animais domésticos).
Desde 2017, a Fujama promove o trabalho de resgate de fauna nos quais espécimes comuns no bioma Mata Atlântica são resgatados de áreas residenciais. Se estão bem são devolvidos à natureza em áreas preservadas do Município. Caso contrário, os animais são encaminhados para atendimento veterinário ou de reabilitação.
Equívoco
Christian destacou que muitas pessoas que viram a postagem na rede social alegaram que encontraram outros sapos na mesma condição (boca colada) o que acabou não se confirmando. “O sapo é um animal que não abre a boca facilmente. Inclusive, tem que ter uma técnica para abri-la. Por isso, caso a pessoa desconfie disso, tem que trazer o animal aqui na Fujama.
Infelizmente, a gente não consegue resgatar muitos anfíbios porque temos outras demandas como gambás, cobras e lagartos nesta época do ano. Então, se a pessoa pegou um animalzinho desses e desconfia que está com a boca colada, traga até nós”, observou o biólogo.
Endereço Fujama: rua João Januário Ayroso, 3329, no bairro São Luís.