Você já ouviu falar de “boca de lobo inteligente?” É uma caixa coletora instalada no interior dos bueiros, confeccionado em material termoplástico, que age como uma peneira, permitindo a passagem da água, mas retendo o material sólido como uma peneira.
O Projeto de Lei Complementar de autoria dos vereadores Marcelo da Intendência (PP) e Pedrão (PP) já foi aprovado na Câmara de Vereadores e será encaminhado nesta segunda-feira (7) para apreciação do prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro.
O PLC visa tornar a obrigatória a instalação desse equipamento nos novos e atuais bueiros da rede de drenagem de águas pluviais das vias públicas da cidade. Conforme o texto do projeto, a ideia é combater enchentes e o acúmulo de lixo nos bueiros de Florianópolis, além de reduzir a poluição de rios, córregos e mares.
O projeto é uma criação do ativista ambiental Tiago dos Santos, de Blumenau, que apresentou aos vereadores de Florianópolis. A ideia ganhou corpo com os vereadores.
“Eu fui Intendente em Ingleses e senti muito os problemas com os bueiros entupidos. Tivemos muitas vezes que usar um caminhão hidrojato para desobstruir quatro a cinco metros de drenagem. O custo de um caminhão operando um dia em uma rua é gigante para o município, então essas caixas coletoras nos bueiros da cidade, a curto prazo trazem uma grande economia financeira e ao meio ambiente,” ressalta Marcelo da Intendência.
Segundo a ONU, 70% do lixo que está no mar hoje, inclusive aqui de Florianópolis vem dos bairros e da região central pela vala de drenagem. Pedrão há anos alerta para os riscos de que muito plástico e lixo estão indo para os oceanos.
“Em vários dias de chuva, eu já filmei os bueiros da cidade cheios e inevitavelmente esse lixo vai parar na Lagoa da Conceição, nos rios, córregos ou ainda nas nossas praias. Esse é um mecanismo barato, positivo tanto na questão ambiental e econômica,” destaca Pedrão.
Prazo para adaptação
Os bueiros das novas redes de drenagens das vias públicas deverão ser construídos de forma a permitirem a instalação do equipamento e os já existentes nas vias públicas deverão ser adaptados ou substituídos, no prazo de oito anos.
Para a ativista Elisa Lorenzi, além da diminuição da quantidade de lixo retirado das praias, a iniciativa também será benéfica à população. “Não é só um detalhe da saída do que vai ao mar, mas do que a gente está consumindo,” afirma.
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