Recepções, brindes, conversas animadas, parentes reunidos. Assim como na casa de muitos jaraguaenses, a celebração de Natal costuma seguir estas tradições na família da analista de logística Tatiana Bora de Souza, 37 anos.
Mas neste ano em que muitos costumes precisaram ser deixados de lado por conta da pandemia de Covid-19, o sentimento de confraternização e união será compartilhado à distância.
O almoço do dia 25 que reunia em torno de 15 pessoas foi reduzido para apenas 5 – cada núcleo familiar fará sua própria celebração. Tatiana estará em casa com o marido Marcos, a sogra Beatriz e o casal de cunhados que vivem no apartamento ao lado.

Natal no lar de Tatiane será apenas entre pessoas do convívio. Foto: Natália Trentini/OCP News
“No nosso pequeno grupo da família temos pessoas consideradas do grupo de risco, e por conta disso preferimos recuar agora, celebrar à distância e manter todos seguros para que no próximo natal e Réveillon possamos estar todos juntos”, enfatiza a analista.
Entre os presentes, também haverá cuidados para evitar a possibilidade de transmissão do coronavírus.
Segundo Tatiana, será feito um almoço e café da tarde na área de festas da casa, mantendo os distanciamentos necessários para garantir a saúde de todos.

Tatiane, o marido Marcos e a sogra Beatriz tem aproveitado o fim de ano em casa. Foto: Natália Trentini/OCP News
Dezembro costuma ser um ano de muitas confraternizações. Tatiana comenta que a agenda era repleta de churrascos, além da tradicional viagem de fim de ano.
A irmã dela, que mora fora do país, também cancelou a vinda ao Brasil.
Por estarem evitando ao máximo se expor, os dias de folga têm sido aproveitados no aconchego do lar, preparando as refeições, um bolinho para o café ou tomando uma cervejinha artesanal feita pelo marido Marcos, na área de festas do apartamento.
Um fim de ano diferente
A celebração da família do sushiman Daniel Fagundes de Souza, 27 anos, também foi repensada para buscar esse equilíbrio nos contatos.
Normalmente, esse era um período para viajar e encontrar todos os parentes, mas a opção foi dividir: Daniel passará a data com a sogra e avó da esposa e os dois filhos em Guaratuba, deixando de ver os próprios familiares.
Daniel relembra de ter os dias cheios de encontros nessa época. No ano passado, por exemplo, toda a família se reuniu para fazer doações para pessoas em situação de vulnerabilidade social.
“Vai ser ruim dividir a família assim, pois sempre foi cheio de pessoas, muita risada e alegria, motivos para celebrar o Natal não faltavam”, conta.
A lógica é manter o cuidado com quem se ama agora, para voltar a celebrar em breve.
“Infelizmente estamos aprendendo ainda a lidar com a novidade que é o Covid-19, por muitas pessoas trabalharem com público, e termos idosos na família, vamos reduzir, quem tiver sintoma infelizmente não vai poder estar junto, não queremos arriscar a vida de ninguém”, pontua Daniel.
Sem relaxar nos cuidados
O secretário de Saúde de Jaraguá do Sul, Alceu Moretti, destaca que a recomendação para esse fim de ano é ter contato estritamente com os familiares do convívio diário – evitando festas e confraternizações com pessoas que não moram na mesma casa.
“Esse é um momento diferente. Precisamos da participação de todos. Estamos com nossos hospitais equipados, estruturas de saúde pública equipadas e bem orientadas, mas temos uma capacidade [de atendimento]. Temos que ter cuidado em relação a isso”, revela.
Durante o ano, foram visíveis os picos de internações e crescimento de casos seguidos a datas comemorativas como Páscoa, Dia das Mães e Dia dos Pais.
Houve casos de famílias inteiras contaminadas, segundo o secretário.
Para quem não seguir a recomendação de evitar o contato com familiares, Moretti enfatiza a importância de manter o uso de máscara, higienização e distanciamento mínimo de um metro e meio nos ambientes.

Secretário de Saúde Alceu Moretti. Foto Eduardo Montecino/PMJS
“Tem pessoas que chegam na casa dos pais e tiram a máscara, acabam se descuidando. Um minuto de descuido pode ser decisivo”, destaca.
O Secretário reconhece que esse é um momento cultural de troca, aproximação e confraternização, mas encoraja as pessoas a manterem o cuidado e encontrarem novas formas de interagir para passar sentimentos, agradecimentos e mensagens – seja por uma videoconferência, uma ligação telefônica.
“Essa ajuda que precisamos da comunidade nessa reta final”, comenta Moretti, destacando que a expectativa é de receber a vacina no ano que vem para os grupos de risco, o que deve reduzir o número de internações.
“Gradativamente em 2021 vamos estar voltando a normalidade”.
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