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Experimento da Nasa com ratos no espaço demonstra efeitos da microgravidade sobre ossos

Foto: Domínio Público

Por: Pedro Leal

08/04/2025 - 16:04 - Atualizada em: 08/04/2025 - 16:50

Um experimento com ratos realizado na Estação Espacial Internacional (ISS) revelou os efeitos da microgravidade sobre organismos terrestres, demonstrando o impacto da falta de gravidade sobre a densidade óssea e muscular.

As informações são do jornal O Globo.

O estudo da NASA envolveu a exposição de ratos à microgravidade por 37 dias.

Segundo o estudo, publicado em um artigo de março de 2025, os ossos que suportam peso perdem aproximadamente 1% de densidade por mês no espaço, enquanto a massa muscular pode ser reduzida em até 20% em apenas duas semanas.

Para entender os efeitos da microgravidade sobre o organismo, cientistas enviaram um grupo de ratos fêmeas para a ISS e analisaram como seus corpos reagiram à ausência de peso. Seus ossos foram comparados com os de outros ratos que permaneceram na Terra, alojados em jaulas com condições normais e em um simulador que replicava o ambiente espacial.

A perda óssea não ocorre de maneira uniforme. Os fêmures dos ratos que estiveram no espaço apresentaram uma maior redução de densidade em comparação com a coluna vertebral. Por outro lado, alguns ossos, como os do crânio, tornaram-se mais densos, sugerindo que diferentes tipos de ossos reagem de forma distinta à microgravidade.

Em condições normais, o corpo mantém um equilíbrio entre a destruição e a regeneração do tecido ósseo – segundo o estudo, no espaço, as células responsáveis pela degradação óssea trabalham em um ritmo mais acelerado, enquanto as células responsáveis pela formação óssea diminuem sua atividade.

Esse fenômeno já havia sido observado em experimentos anteriores com peixes medaka enviados à ISS, mas os novos resultados indicam que os efeitos podem variar dependendo do tipo e da função do osso no corpo.

Além da perda óssea, o estudo sugere que a microgravidade pode influenciar a distribuição de fluidos no organismo – astronautas frequentemente experimentam inchaço facial e dores de cabeça persistentes nos primeiros dias no espaço, devido ao deslocamento do sangue para a parte superior do corpo. Esse efeito pode estar relacionado às mudanças na densidade óssea, especialmente nos ossos do crânio.

À medida que a exploração espacial avança, compreender os efeitos a longo prazo da microgravidade é essencial para garantir a saúde dos astronautas em missões prolongadas, como as viagens planejadas para Marte na década de 2030.

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).